Nesta quarta-feira (28), o vice-governador do Espírito Santo e pré-candidato à sucessão estadual de 2026, Ricardo Ferraço (MDB), participará da Semana do MEI em Presidente Kennedy, município do Sul do estado. O evento, promovido pelo Sebrae em parceria com a prefeitura, tem como foco o incentivo ao microempreendedorismo, com palestras e debates sobre desenvolvimento local.
No entanto, a visita ocorrerá em um contexto marcado por tensões. Na véspera, nesta terça (27), a cidade relembrou os quatro anos do assassinato do vereador Marcos Augusto Costalonga, conhecido como Marquinhos da Cooperativa, morto a tiros em 27 de maio de 2021.
O crime, ainda não esclarecido, virou símbolo de críticas à gestão da segurança pública no governo de Renato Casagrande (PSB), aliado de Ferraço.
Cobranças por justiça e risco político
Enquanto Ferraço vai falar sobre “A importância do MEI para o desenvolvimento local”, grupos da comunidade planejam confrontá-lo sobre a falta de respostas efetivas no caso Marquinhos.
A ausência de conclusão nas investigações – mesmo após a Operação Gatepost, que prendeu suspeitos em 2024 – alimenta insatisfação. O filho da vítima, Marquinho da Cooperativa Filho, hoje vereador, personifica a demanda por justiça que persiste na região, porque sua eleição é resultante da comoção local diante do crime.

O clima de desconforto ameaça gerar imagens incômodas para o vice-governador, que busca capital político para se viabilizar como candidato à sucessão de Casagrande. A gestão estadual enfrenta acusações de omissão, já que o suposto mandante do crime, Gilbert Wagner Antunes Lopes (“Waguinho Batman”), segue foragido e confrontando as versões sobre o crime.
Os detalhes do crime que abalou Presidente Kennedy
Marquinhos foi executado ao voltar de uma partida de futebol com a esposa e um amigo. Um Hyundai HB20 bloqueou seu carro, e quatro homens encapuzados efetuaram disparos. O vereador morreu no local, enquanto os acompanhantes sobreviveram com fraturas.
O carro dos criminosos foi encontrado queimado dias depois, e as investigações apontaram para uma trama envolvendo dívidas e disputas locais.
Apesar das prisões em 2024, o caso permanece em aberto, com familiares e moradores exigindo transparência. “Queremos saber quem ordenou a morte dele e por quê. Não aceitamos o silêncio do governo”, declarou uma fonte próxima à família.
Enquanto a prefeitura destaca a presença de Ferraço como um “reconhecimento ao empreendedorismo”, a visita revela o clamor da cidade por justiça. Para analistas políticos, o episódio ressalta os desafios do MDB e do PSB na articulação para 2026, especialmente em um estado onde a segurança pública é pauta prioritária.
Enquanto isso, Presidente Kennedy segue entre dados de eventos de negócios e as cicatrizes de um crime que ainda espera por respostas.
*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta notícia do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram