A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira (17) mais uma etapa da “Operação Sem Desconto” no estado de Sergipe, com foco em desmantelar um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários do INSS.
A ação resultou na prisão preventiva de dois suspeitos, um em Aracaju e outro em Umbaúba, além do cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão. A informação foi confirmada pela Agência Brasil.
Durante a operação, a Justiça Federal autorizou o sequestro de cinco imóveis, avaliados em cerca de R$ 12 milhões, e a apreensão de R$ 35 mil em dinheiro vivo e R$ 68 mil em cheques. Segundo a PF, os bens apreendidos são parte dos recursos obtidos ilegalmente com a aplicação de descontos não autorizados sobre aposentadorias e pensões entre os anos de 2019 e 2024.
O objetivo desta nova fase é recuperar parte dos recursos desviados e aprofundar a responsabilização dos envolvidos na fraude, que já soma mais de R$ 6 bilhões em prejuízos estimados a milhões de beneficiários da Previdência Social.
Esquema bilionário e abrangência nacional
A Operação Sem Desconto foi deflagrada em abril de 2024 e, desde então, já realizou mais de 200 mandados de busca e apreensão em diferentes estados brasileiros. O total de bens bloqueados até o momento ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão, de acordo com dados oficiais da Polícia Federal.
O esquema investigado envolvia 43 entidades suspeitas, que apareciam como responsáveis por descontos aplicados diretamente na folha de pagamento do INSS, sem autorização prévia dos segurados.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Previdência, até esta terça-feira (17), mais de 3,38 milhões de beneficiários haviam feito consultas ao sistema do INSS sobre valores descontados indevidamente. Em cerca de 97,3% dos casos (3,29 milhões de pessoas), os beneficiários afirmaram não ter autorizado nenhum tipo de cobrança.
Reação e próximos passos
A expectativa é que a operação continue com novas fases nas próximas semanas. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fraudes no INSS, instalada no Senado, também deve acompanhar os desdobramentos e convocar responsáveis por entidades e ex-gestores públicos envolvidos no esquema.
A Polícia Federal segue atuando em conjunto com o Ministério da Previdência Social, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) para responsabilizar os agentes envolvidos e restituir os valores aos beneficiários lesados.
*Com informação da Agência RT. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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