Por Bianca Gomes e Juliano Galisi
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao estado em que encontrou o Brasil após o governo de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a comparar o cenário à destruição causada pelos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante entrevista ao podcast Mano a Mano, comandado pelo rapper Mano Brown.
“Quando chegamos aqui, pegamos um País semidestruído. Eu, de vez em quando, olho para a destruição na Faixa de Gaza e fico imaginando o Brasil que nós encontramos”, afirmou o presidente, ao citar o desmonte de pastas como os ministérios do Trabalho, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e da Cultura. “Tinha sido uma destruição proposital.”
Na entrevista, que durou mais de duas horas, Lula também abordou o atual quadro econômico. Ele comemorou a queda do desemprego e o crescimento do PIB, mas reconheceu que o custo de vida segue alto, mencionando a alta nos preços do ovo e do café. “As coisas ainda não chegaram ao ponto que eu quero”, disse.
Críticas ao Congresso e alianças políticas
O presidente também comentou sobre as dificuldades enfrentadas no Congresso Nacional. Lula relembrou que o PT tem apenas 70 dos 513 deputados e 9 dos 81 senadores, o que exige composições com partidos fora da base tradicional da esquerda.
“Fizemos uma composição política necessária para começar a governar”, justificou, após o Congresso impor novas derrotas ao governo, como a derrubada de vetos à lei sobre energia eólica em alto-mar.
Escândalo do INSS e eleições 2026
Um dos temas mais delicados da conversa foi o escândalo dos descontos indevidos no INSS, que deu origem à Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Lula reconheceu o desgaste causado pelo caso, mas afirmou que o próprio governo federal foi responsável por acionar os órgãos de controle.
Quanto às eleições de 2026, o presidente não confirmou candidatura, mas indicou que, se disputar, será para vencer. Lula citou o vácuo deixado pela inelegibilidade de Bolsonaro e mencionou possíveis nomes da oposição: Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Tarcísio de Freitas.
“Podem procurar o candidato que quiserem. Se eu for candidato, é para ganhar”, declarou.
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