O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (9) que os aposentados e pensionistas prejudicados pelo escândalo de descontos indevidos no INSS não arcarão com os prejuízos. Segundo ele, as entidades envolvidas na fraude terão bens congelados e os recursos desviados serão repatriados para ressarcir os beneficiários. Lula evitou dar prazos para a devolução do dinheiro e atribuiu a origem do esquema à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante entrevista ao fim de sua visita à Rússia, Lula afirmou que o governo optou por priorizar a apuração detalhada do caso, antes de anunciar qualquer medida sobre valores ou reembolsos. “Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas enganadas. A quantidade de pessoas que tiveram o seu nome numa lista sem que elas tivessem assinado. Poderíamos ter feito uma pirotecnia, mas escolhemos apurar com seriedade”, disse o presidente.
Ele reforçou que o esquema foi estruturado ainda em 2019, sob a administração anterior. “Nós desmontamos uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019. Vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo”, afirmou. Lula sugeriu ainda a possibilidade de envolvimento de integrantes do antigo governo nas fraudes.
A operação que revelou o caso foi conduzida pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e identificou o desvio de cerca de R$ 6,3 bilhões nos últimos anos, por meio de cobranças indevidas nos contracheques de aposentados feitas por sindicatos e associações. Desde a revelação do escândalo, seis servidores foram afastados, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), deixou o cargo após reunião com Lula.
Da Agência Fonte Exclusiva.