Mais de 100 entidades da sociedade civil, incluindo movimentos sociais, partidos políticos, universidades, centrais sindicais, juristas e organizações não governamentais, participaram nesta sexta-feira (25) de um ato em defesa da soberania nacional. O evento ocorreu na tradicional Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, no centro da capital paulista.
Durante o ato, foi lido um manifesto coletivo que repudia tentativas de intervenção externa na democracia brasileira, em especial as tarifas impostas recentemente pelos Estados Unidos. As medidas, anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump, foram justificadas como uma resposta ao que ele classificou como “perseguição” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF).
O manifesto reforça o posicionamento das entidades contra qualquer forma de intimidação ou ingerência estrangeira. “Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis. Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza, mais uma vez, na defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros”, diz o documento.
O texto também destaca que os processos judiciais no Brasil seguem o devido processo legal, com direito à ampla defesa e decisões baseadas em provas. “Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação que busque subordinar nossa liberdade como nação democrática”, afirma o manifesto.
Impacto do tarifaço
A imposição de tarifas de 50% pelos EUA, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, tem sido alvo de críticas do governo brasileiro. Em cerimônia em Osasco (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar disposto a negociar com os norte-americanos. Ele também comparou a situação atual ao contexto histórico da Inconfidência Mineira, usando a figura de Tiradentes para criticar a suposta aliança entre a família Bolsonaro e Donald Trump.
Durante o ato na USP, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, declarou que o banco está preparado para apoiar as empresas nacionais que poderão ser prejudicadas com a taxação.
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