As eleições de 2026 para o Senado Federal colocam a direita do Espírito Santo diante de um desafio estratégico: evitar que a fragmentação interna fragilize o campo conservador e abra caminho para o avanço de adversários políticos.
Três nomes já surgem como pré-candidatos: Carlos Manato e Maguinha Malta, ambos ligados ao PL, e Sérgio Meneguelli, atualmente no Republicanos, mas de saída rumo ao PSD.
Em entrevista recente ao Portal VIU!, Carlos Manato admitiu que estuda migrar para outra legenda com o objetivo de viabilizar sua candidatura. O movimento é impulsionado pelas dificuldades internas no PL, sobretudo pela postura do senador Magno Malta, que insiste em manter a pré-candidatura da filha, Maguinha Malta, mesmo diante da crescente pressão por unidade dentro do grupo conservador.
As divergências entre Manato e Magno Malta não se limitam ao diretório estadual. A relação desgastada entre o senador capixaba e o ex-presidente Jair Bolsonaro também pesa no cenário. Fontes em Brasília relatam que Bolsonaro tem evitado aparições públicas ao lado de Malta, devido a situações classificadas por aliados como “inconvenientes”.
Já o deputado estadual Sérgio Meneguelli — o mais votado da história do Espírito Santo, com mais de 130 mil votos em 2022 — articula sua entrada no PSD, onde teria a legenda garantida para disputar o Senado. Seu projeto de concorrer à Casa Alta é antigo, mas foi frustrado anteriormente pela negativa do Republicanos, o que o levou à disputa pela Assembleia Legislativa.
Manato e Meneguelli são figuras com forte apelo entre os eleitores conservadores e representam potenciais catalisadores de votos. No entanto, a multiplicidade de candidaturas ameaça diluir forças em um cenário que exige pragmatismo. A insistência em projetos pessoais e disputas internas pode abrir brechas para o fortalecimento da oposição.
Se a direita capixaba não se reorganizar, corre o risco de ver seus principais representantes disputando votos entre si — o que pode resultar em uma “baldeação ideológica” inadvertida, onde personagens que se dizem conservadores acabem agradando mais à esquerda do que ao seu próprio campo político.
O desafio, portanto, não é apenas eleger representantes, mas consolidar um projeto coeso e estratégico para garantir presença forte no Senado e manter viva a identidade política da direita no Espírito Santo.
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