Prefeitos brasileiros que participaram de uma missão oficial em Israel divulgaram uma nota de repúdio ao Ministério das Relações Exteriores após deixarem o território em meio à ofensiva militar do Irã. O grupo foi evacuado por via terrestre até a Jordânia e acusou o Itamaraty de divulgar informações falsas sobre a viagem.
Segundo os gestores, o comunicado oficial do ministério — emitido ainda durante a crise — afirmava que a comitiva estava em desacordo com alertas de segurança e que o governo brasileiro não havia sido informado previamente sobre a agenda em Israel.
A delegação contesta essa versão. De acordo com os prefeitos, as autoridades brasileiras foram notificadas com antecedência sobre os deslocamentos do grupo.
“Ao mesmo tempo em que manifestamos nosso repúdio ao teor e ao momento da nota emitida pelo Itamaraty, reconhecemos e agradecemos o valioso apoio prestado pelas equipes diplomáticas brasileiras e pelos governos locais em Tel Aviv, na Jordânia e na Arábia Saudita”, diz trecho do comunicado.
Os prefeitos também destacam a atuação das embaixadas e consulados na remoção da delegação da zona de conflito, que estava sob risco diante dos bombardeios e da instabilidade regional.
Rota de fuga e reação política
A missão envolvia encontros interreligiosos e visitas a locais históricos. Com o ataque inédito lançado pelo Irã no sábado (15), o grupo teve que ser retirado às pressas, com suporte das representações diplomáticas brasileiras.
Apesar das críticas à nota pública do Itamaraty, os gestores ressaltaram que as equipes no Oriente Médio agiram com responsabilidade humanitária e eficiência.
O episódio também gerou repercussão política no Brasil, com parlamentares aliados dos prefeitos acusando o governo federal de tentar se eximir da responsabilidade diante da gravidade da situação vivida pela delegação.
O Itamaraty, por sua vez, manteve a versão de que desconhecia a missão oficial e reiterou que desde 2023 recomenda a não realização de viagens à região, especialmente por motivos não essenciais, em razão do agravamento da crise geopolítica.
*Com informação da Agência Sputnik.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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