O Paquistão foi citado como possível protagonista de uma escalada nuclear no Oriente Médio caso Israel decida usar armamento nuclear contra o Irã, segundo declaração do general Mohsen Rezaei, alto oficial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (CGRI) e membro do Conselho de Discernimento iraniano.
Em entrevista à televisão estatal do Irã, Rezaei afirmou no domingo (16) que o Irã possui táticas militares ainda não utilizadas e que “as maiores surpresas ainda não foram reveladas” no conflito atual com Israel.

“Se Israel usar uma arma nuclear contra o Irã, o Paquistão responderá com a mesma intensidade”, afirmou Rezaei, citando uma suposta posição paquistanesa.
No entanto, não há confirmação oficial por parte do governo paquistanês sobre essa ameaça direta. Pelo contrário, o ministro da Defesa paquistanês, Khawaja Muhammad Asif, declarou que o arsenal nuclear do país tem fins estritamente defensivos e dissuasórios, conforme tratados internacionais.
“A capacidade nuclear do Paquistão serve exclusivamente para defesa nacional”, destacou Asif à imprensa local, embora tenha criticado o Ocidente pelo apoio incondicional a Israel.
Cresce o risco de guerra ampla
A tensão aumentou significativamente desde o ataque israelense de 13 de junho contra o território iraniano, considerado por muitos analistas e governos uma ação não provocada. Desde então, Irã e Israel vêm trocando ataques, inclusive com relatos de que o Irã atingiu um prédio do serviço secreto israelense Mossad, segundo a mídia local.
O general Rezaei reforçou que o Irã pretende conduzir a guerra até o fim, sinalizando que Teerã está disposto a intensificar a ofensiva.
“Esta guerra é crucial. E o Irã será aquele que acabará com ela”, afirmou.
Comunidade internacional em alerta
A Rússia, por meio do presidente Vladimir Putin e de seu representante na ONU, expressou forte condenação aos ataques israelenses, classificando-os como violação do direito internacional e alertando para o risco de uma “catástrofe nuclear em larga escala” no Oriente Médio.
O presidente russo teria inclusive expressado essa preocupação diretamente ao presidente dos EUA, Donald Trump, de acordo com fontes diplomáticas russas.
O G7, por sua vez, reafirmou o apoio ao direito de defesa de Israel, enquanto países da América Latina, como Brasil, Venezuela, Cuba e Nicarágua, e várias nações islâmicas como Turquia, Arábia Saudita e Egito, condenaram a ofensiva israelense.
Conclusão
Apesar da retórica incendiária, a postura oficial do Paquistão ainda é de contenção e defesa. A possível escalada para o uso de armas nucleares, embora mencionada por um alto oficial iraniano, não foi endossada formalmente por Islamabad. Ainda assim, a tensão crescente entre Irã e Israel acende alertas globais sobre os perigos de um confronto de proporções nucleares em uma das regiões mais instáveis do planeta.
*Com informação da Agência RT Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram