O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado nesta quinta-feira (5) pela tradicional Academia Francesa, em Paris, tornando-se o segundo brasileiro a receber tal reconhecimento — o primeiro desde Dom Pedro II, em 1872. A instituição, que regula a língua francesa e tem papel crucial na cultura do país, realizou uma sessão oficial em que examinou o termo “multilateralismo” em homenagem ao líder brasileiro.
“Considero essa deferência um reconhecimento ao Brasil e ao povo brasileiro, que recebemos com muita gratidão e orgulho”, escreveu Lula nas redes sociais.
Fundada em 1635, a Academia Francesa celebrou a defesa enfática do multilateralismo feita por Lula ao longo de sua trajetória política. Em seu discurso, o presidente destacou a importância da cooperação internacional para enfrentar desafios como mudanças climáticas, guerras, pobreza e desigualdades.
“O multilateralismo foi decisivo no processo de descolonização, na proibição de armas químicas e biológicas, na afirmação de direitos humanos e na solução de diversos conflitos mundo afora”, afirmou Lula, lamentando o esquecimento das lições históricas em tempos de crescente tensão global. “É insustentável manter ilhas de paz e prosperidade cercadas de violência e miséria”, completou.
“Após a cerimônia, Lula encontrou-se com a comunidade brasileira na França, em evento realizado na Prefeitura de Paris a convite da prefeita Anne Hidalgo. “Eu sou um cidadão que não sou acadêmico, não tenho diploma universitário. Sou torneiro mecânico de profissão e fico orgulhoso de ter trazido uma palavra para enriquecer o dicionário francês”, disse, referindo-se ao termo “multilateralismo”.
Durante o encontro, Lula também destacou conquistas de seus governos, como a ampliação do acesso ao ensino superior e a retirada do Brasil do Mapa da Fome. Reforçou ainda a importância da democracia representativa: “A única chance que eu tenho é exatamente o povo votar”.
A prefeita Anne Hidalgo elogiou o presidente brasileiro, chamando-o de “lenda viva de um país lendário” e ressaltando sua trajetória marcada pela luta contra a miséria e pela justiça social.
Entre os presentes estavam a brasileira Lélia Salgado, viúva do fotógrafo Sebastião Salgado, e Ana Lúcia Paiva, filha de Eunice Paiva e do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar.
A homenagem ocorreu durante visita de Estado à França, que segue até terça-feira (10). No mesmo dia, Lula foi recebido pelo presidente francês Emmanuel Macron, com quem assinou 20 acordos bilaterais nas áreas de saúde, segurança, educação e ciência.
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