A Índia criticou severamente a nova tarifa de importação anunciada pelos Estados Unidos, classificando a medida como “extremamente infeliz” e reafirmando seu compromisso em proteger os próprios interesses nacionais, especialmente no setor energético.
A decisão da Casa Branca, divulgada na quarta-feira (6), impõe uma tarifa adicional de 25% sobre as importações indianas, elevando para 50% a carga tributária aplicada aos produtos do país. O novo imposto, autorizado por decreto do presidente Donald Trump, entrará em vigor em até 21 dias.
O Ministério das Relações Exteriores da Índia reagiu prontamente, afirmando que as medidas visam minar a segurança energética de uma nação com 1,4 bilhão de habitantes. Segundo comunicado oficial, as compras de petróleo da Rússia são feitas com base em critérios de mercado e têm como objetivo garantir o abastecimento energético do país.
“Essas ações são injustas, injustificadas e irracionais”, declarou um porta-voz do ministério, reforçando que outros países também mantêm negócios com a Rússia conforme seus interesses nacionais. A Índia também denunciou o que chamou de “padrões duplos” das potências ocidentais. Apesar das críticas dos EUA e da União Europeia aos laços indianos com Moscou, ambos continuam mantendo comércio ativo com a Rússia, muitas vezes em volumes superiores aos da Índia.
Nas últimas semanas, autoridades americanas intensificaram os ataques verbais contra Nova Déli, alegando que o país estaria financiando indiretamente a guerra na Ucrânia ao importar grandes volumes de petróleo russo. A Índia, por sua vez, rejeita essa narrativa, argumentando que sua política energética é guiada por necessidades econômicas e sociais.
Desde o início da guerra em 2022, a Rússia se tornou a principal fornecedora de petróleo bruto para a Índia. O país asiático, por sua vez, passou a exportar combustíveis refinados — em grande parte derivados do petróleo russo — para diversos países da Europa.
Em tom de ameaça, Donald Trump afirmou que pode impor tarifas de até 100% a países que mantiverem relações comerciais com Moscou, caso a Rússia não aceite um acordo de paz com a Ucrânia. Em resposta, o governo russo declarou que “Estados soberanos têm o direito de escolher seus parceiros comerciais” e devem buscar relações econômicas alinhadas às suas prioridades nacionais.
A escalada da retórica entre Nova Déli e Washington pode abrir novas frentes de tensão diplomática, ao mesmo tempo em que evidencia o papel estratégico da energia nas relações internacionais em tempos de conflito.
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