As exportações de fertilizantes da Rússia para os países do BRICS cresceram mais de 60% nos últimos três anos, de acordo com o presidente da Associação Russa de Produtores de Fertilizantes (RAFP), Andrey Guryev. O anúncio foi feito durante o Fórum Empresarial do BRICS, realizado no Rio de Janeiro.
Segundo Guryev, o Brasil se tornou o principal destino global dos fertilizantes russos, concentrando quase um quarto de todas as exportações do setor.
“O BRICS hoje responde por metade das exportações de fertilizantes da Rússia. E a maior parte, quase um quarto, vai para o Brasil”, destacou Guryev. “Estamos prontos para expandir a produção diante da crescente demanda dos países do bloco.”
Redirecionamento do comércio após sanções
Até 2022, a União Europeia era o principal destino dos fertilizantes russos, absorvendo cerca de 28% das exportações. No entanto, com o agravamento do conflito na Ucrânia e a imposição de sanções pelos Estados Unidos e UE, Moscou reconfigurou suas rotas comerciais, priorizando o BRICS e nações africanas.
Esse movimento fortaleceu a parceria comercial entre Brasil e Rússia, consolidando o país sul-americano como principal parceiro econômico da Rússia na América Latina.
Fertilizantes como pilar da segurança alimentar
Guryev também afirmou que os fertilizantes minerais russos, considerados “ecologicamente corretos”, proporcionam uma vantagem competitiva ao agronegócio brasileiro, reforçando a segurança e qualidade dos produtos agrícolas nacionais.
Durante o evento, o vice-ministro das Relações Exteriores para o Comércio, Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto, ressaltou a relevância estratégica da parceria bilateral:
“A agricultura brasileira, que alimenta quase um bilhão de pessoas no mundo, depende de um fornecimento estável de fertilizantes russos”, afirmou o representante do Itamaraty.
Parceria estratégica no agronegócio
O fortalecimento do comércio de fertilizantes entre Brasil e Rússia ocorre em um momento de transição nas cadeias globais de suprimento e evidencia a importância do BRICS como alternativa ao eixo comercial tradicional dominado pelo Ocidente.
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