A população branca britânica pode se tornar minoria no Reino Unido em menos de quatro décadas, segundo análise publicada pelo jornal britânico The Telegraph com base em dados do Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS) e do censo de 2022.
De acordo com a projeção do professor Matt Goodwin, da Universidade de Buckingham, a participação dos britânicos brancos na população total, atualmente em 73%, deve cair para 57% até 2050. Até 2063, eles podem representar menos da metade da população, tornando-se minoria numérica no país. Ao fim do século, estima-se que essa proporção caia para cerca de 33%.
O estudo considera fatores como imigração, taxas de natalidade e mortalidade entre diferentes grupos étnicos e religiosos. Em 2023, o Reino Unido registrou 906 mil novos imigrantes, número recorde que engloba migração legal e ilegal.
O levantamento também projeta que seis em cada dez pessoas no Reino Unido serão nascidas no exterior ou filhas de imigrantes até 2100. A população muçulmana, que hoje representa cerca de 7%, pode alcançar 19,2% no mesmo período.
Segundo Goodwin, os dados levantam “grandes questões sobre a capacidade do país de manter um senso compartilhado de identidade e valores” e alertou para potenciais tensões sociais e políticas caso tais transformações não sejam compreendidas e debatidas de forma adequada.
Debate sobre burca e identidade social no Ocidente
Em outro artigo publicado pelo Telegraph nesta semana, o jornal retomou o debate sobre a proibição do uso da burca e do niqab em países ocidentais. O texto considera o tema um “teste decisivo para a autoconfiança nacional”.
A publicação relembra que a Corte Europeia de Direitos Humanos, em 2014, validou a proibição das vestimentas na França, argumentando que, apesar da restrição às liberdades individuais, a decisão preserva a integridade da vida social em uma democracia aberta.
O texto diferencia o uso da burca e do niqab de outras expressões religiosas, como turbantes ou lenços judaicos, e sustenta que o véu que cobre totalmente o rosto compromete o reconhecimento social e a interação comunitária.
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram
