O número de mortos na Faixa de Gaza passou de 55,9 mil neste sábado (21), após um novo ciclo de violência nos últimos dois dias. Segundo o Ministério da Saúde local, 200 palestinos foram mortos e outros mil ficaram feridos nas últimas 48 horas, em bombardeios do exército de Israel.
Desde o início da ofensiva militar em 7 de outubro de 2023 — em resposta ao ataque surpresa do Hamas no sul de Israel —, mais de 131 mil pessoas foram feridas no território palestino. O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) denunciou “massacres deliberados” de civis, especialmente em centros de distribuição de alimentos controlados por forças israelenses.
“O exército de ocupação visa deliberadamente apenas civis indefesos, intensificando seus assassinatos diários como parte de uma política sangrenta calculada”, disse o grupo em nota, acusando Israel de transformar pontos de ajuda humanitária em alvos.
Segundo relatos da Cruz Vermelha Internacional, a maior parte dos feridos atendidos recentemente em Gaza foi atingida enquanto buscava comida.
Fome como arma de guerra
Desde março, Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária de organizações independentes. Após 11 semanas de cerco total, passou a permitir a entrada restrita de alimentos por meio de uma entidade apoiada pelos Estados Unidos. Israel argumenta que a nova logística impede o acesso do Hamas à ajuda.
A Organização das Nações Unidas (ONU), no entanto, denuncia que a quantidade permitida é “dramaticamente insuficiente” e pede a entrada imediata de 6 mil caminhões com mantimentos e remédios, a fim de conter o agravamento da fome entre os mais de 2 milhões de habitantes do enclave.
Israel mantém ofensiva em meio à guerra com o Irã
Apesar da escalada paralela contra o Irã, o Exército de Israel reforçou neste sábado (21) que segue realizando operações em Gaza, com foco na libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas.
“Após mais de 600 dias de guerra, nunca esquecemos nossos irmãos e irmãs mantidos em cativeiro em Gaza, e estamos agindo para trazê-los de volta para casa”, afirmou a Força de Defesa de Israel (FDI).
Na última semana, Israel afirmou ter matado o diretor de Finanças da ala militar do Hamas, Ibrahim Abu Shumala. O Hamas, por sua vez, divulgou vídeos de emboscadas contra soldados israelenses, evidenciando a continuidade da resistência armada.
Entenda o conflito
A atual fase do conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou vilarejos israelenses, deixando 1.200 mortos e cerca de 220 reféns. O grupo afirma que a ação foi uma resposta aos 17 anos de bloqueio à Faixa de Gaza e à contínua ocupação israelense dos territórios palestinos.
Desde então, a resposta militar de Israel destruiu grande parte da infraestrutura de Gaza e deslocou mais de 90% da população, que vive hoje em condições de extrema vulnerabilidade. Diversas organizações e países classificam a ofensiva como genocídio, incluindo especialistas da ONU.
O governo de Benjamin Netanyahu defende a ocupação permanente do território e incentiva a saída dos palestinos. Segundo Tel Aviv, o objetivo da operação é eliminar o Hamas e libertar os reféns. Já os críticos alertam para o risco de limpeza étnica e o colapso total do enclave palestino.
*Com informação da Agência Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram