A perda da filha de 9 anos por conta de um câncer ósseo, em 2019, é uma ferida que Luis Enrique carregará para sempre. Neste sábado (31), porém, o técnico espanhol pôde sentir a presença da pequena Xana mais uma vez, ao conduzir o Paris Saint-Germain ao inédito título da Liga dos Campeões da Europa. E com direito a uma goleada histórica. A equipe francesa atropelou a Inter de Milão, da Itália, por 5 a 0, na Allianz Arena, em Munique, na Alemanha.
Dez anos atrás, quando levou o Barcelona à conquista da Champions em Berlim, Luis Enrique comemorou com Xana, fincando uma bandeira do clube espanhol no centro do gramado. A memória é uma das mais marcantes da relação entre pai e filha. Sonhando em repetir o gesto, após o apito final, o técnico recebeu uma camisa estampada com o desenho dele e da filha fincando a bandeira do PSG no campo. Sim, de alguma forma, ela também estava ali.
Além da superação pessoal de Luis Enrique, a conquista marca uma mudança de rumo no projeto esportivo do PSG. Desde a aquisição pelo empresário catari Nasser Al-Khelaifi, o clube investiu pesado em estrelas para conquistar a Champions. Bateu na trave em 2020, perdendo para o Bayern de Munique, mesmo com Neymar, Mbappé e, depois, Messi.
Com a chegada de Luis Enrique, o PSG apostou na renovação, montando um elenco mais jovem e dinâmico. Jogadores como William Pacho (23), Vitinha (25), Khvicha Kvaratskhelia (24), João Neves (20) e Désiré Doué (19) se tornaram pilares da equipe. Doué, inclusive, brilhou na decisão com dois gols e uma assistência.
O capitão Marquinhos, único remanescente da final de 2020, teve a honra de erguer a taça. O zagueiro brasileiro se junta agora ao seleto grupo de 58 brasileiros campeões da Champions, assim como Beraldo, ex-São Paulo, que estava no banco. Ambos foram convocados por Carlo Ancelotti para os próximos jogos da seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa de 2026.
Atropelo parisiense
O domínio do PSG foi absoluto desde o início. Aos 11 minutos, após troca de passes entre Vitinha e Doué, Achraf Hakimi abriu o placar. O lateral, ex-Inter, não comemorou em respeito ao antigo clube.
Aos 19, Dembelé inverteu para Doué, que chutou, a bola desviou em Dimarco e matou o goleiro Yann Sommer, ampliando. A Inter só assustou aos 36, em cabeçada de Marcus Thuram.
No segundo tempo, o PSG seguiu pressionando. Aos 17, após assistência de Vitinha, Doué fez o terceiro. Kvaratskhelia anotou o quarto após passe de Dembelé. E, aos 40, o jovem Sammy Mayalu, que havia acabado de entrar, fechou a goleada após tabelar com Bradley Barcola.
O Paris Saint-Germain, enfim, tira o peso da ausência de títulos continentais e inscreve seu nome na história do futebol europeu.
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