A última vez que um time sul-americano venceu um gigante europeu no Mundial de Clubes foi em 2012. Desde então, formou-se um consenso entre especialistas: não se competia mais em igualdade com a Europa, com seus clubes milionários e elencos formados pelos melhores jogadores do planeta — inclusive os nossos. Mas no meio do caminho tinha um Botafogo.
No dia 19 de junho de 2025, no histórico Rose Bowl, em Pasadena (EUA), o Botafogo quebrou esse paradigma. Enfrentou o poderoso Paris Saint-Germain, campeão da Champions League e recente algoz do Atlético de Madrid com um 4 a 0 implacável. Era o time que todos apostavam como favorito ao título. Mas favoritismo não entra em campo — e o Glorioso provou isso.
Um time moldado pela dor, fortalecido pela história
Este é o mesmo Botafogo que viveu o trauma do Brasileirão de 2023, quando deixou escapar um título quase certo. É o mesmo que renasceu em 2024, campeão brasileiro e da Libertadores. E também o mesmo que começou 2025 com desconfiança após perder seus dois principais jogadores. Um time que chegava desacreditado ao Mundial.
Foi esse Botafogo que desmontou o PSG. Não com a posse de bola — que ficou majoritariamente com os franceses — mas com um jogo defensivo impecável. A equipe de Artur Silva se postou com disciplina, inteligência e coragem. O goleiro John mal foi exigido. Donnarumma, do outro lado, teve mais trabalho.
Defesa que ganha campeonatos
No lance decisivo, Artur recuperou a bola, Savarino encontrou Igor Jesus em velocidade, e o atacante não perdoou. Uma jogada cirúrgica, de contra-ataque bem executado, como manda o manual dos grandes confrontos.
É como dizem nos esportes americanos: ataques ganham jogos, mas defesas ganham campeonatos. E ontem, o Botafogo jogou o mesmo futebol — o mesmo esporte — que os europeus, com direito a vitória.
Sul-americanos voltam a sonhar
Antes da façanha do Botafogo, Palmeiras e Fluminense haviam chegado perto, mas foram eliminados por Porto e Borussia Dortmund, respectivamente. A vitória alvinegra representa mais do que três pontos — é um marco simbólico de que, mesmo com as desigualdades financeiras, o talento e a tática ainda podem vencer o dinheiro.
O futebol brasileiro, ao menos por uma noite, dormiu mais leve. Os europeus estão suando — e não apenas pelo sol californiano.
*Com informação da Agência Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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