A atividade econômica brasileira manteve trajetória de crescimento pelo quarto mês consecutivo, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 16, pelo Banco Central. Em abril, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,2% em relação a março, considerando os dados dessazonalizados, ajustados para o período.
Na comparação com abril de 2024, o crescimento foi de 2,5%, sem ajuste sazonal. No acumulado de 2025, o indicador registra alta de 3,5% e, nos últimos 12 meses, um avanço de 4%.
Utilizado como uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br é um termômetro do desempenho da economia nacional e reúne informações sobre os setores da indústria, comércio e serviços, agropecuária e arrecadação de impostos.
Selic permanece em 14,75% ao ano
A trajetória de crescimento ocorre em um cenário de juros altos, com a taxa Selic mantida em 14,75% ao ano. A decisão foi tomada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em maio. Foi o sexto aumento consecutivo da taxa básica de juros.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação. Quando os juros sobem, o crédito fica mais caro, o que desestimula o consumo e, consequentemente, ajuda a controlar a alta dos preços. No entanto, juros elevados também tendem a limitar o ritmo da economia.
Em nota, o Copom ressaltou que o clima de incerteza permanece alto e que será necessário manter prudência nas próximas decisões. O comitê não antecipou se haverá novo aumento na reunião marcada para esta semana.
Inflação desacelera em maio, mas permanece acima da meta
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial medida pelo IPCA foi de 0,26% em maio, uma desaceleração frente aos 0,46% de abril. O resultado foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços da habitação, com destaque para a energia elétrica residencial.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação soma 5,32%, acima da meta central de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que vai de 1,5% a 4,5%.
PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025
Apesar dos juros elevados, a economia brasileira mostrou sinais de resiliência. Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pelo setor da agropecuária.
Em 2024, o crescimento da economia brasileira foi de 3,4%, no quarto ano seguido de expansão. Foi o melhor desempenho desde 2021, quando o PIB subiu 4,8%.
Expectativas para os próximos meses
A combinação de inflação persistente, juros altos e crescimento econômico moderado coloca o Banco Central em um cenário desafiador. O mercado aguarda com atenção os próximos passos do Copom, que deverá balancear o controle inflacionário com os impactos sobre a atividade econômica.
Enquanto isso, os dados positivos do IBC-Br sugerem que a economia segue ganhando fôlego, mesmo com o ambiente de incertezas no Brasil e no exterior.
*Com informação da Agência Brasil. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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