Os preços da indústria brasileira registraram queda de 1,25% em junho, na comparação com maio, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a quinta variação negativa consecutiva do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede os preços “na porta de fábrica”, sem impostos ou fretes. O acumulado no ano ficou em -3,11%, o segundo menor resultado para um mês de junho desde o início da série histórica em 2014.
No acumulado de 12 meses, o IPP ainda apresenta alta de 3,24%. Em junho de 2024, a variação mensal havia sido positiva, de 1,26%.
Das 24 atividades industriais pesquisadas, 13 registraram queda de preços em junho. Em maio, haviam sido 17. Entre os principais fatores para a sequência de retrações estão a valorização do real frente ao dólar e a queda nos preços internacionais de commodities como petróleo e minério de ferro, o que reduz os custos de produção de vários setores.
Setores que puxaram as quedas
O setor de alimentos teve o maior impacto na variação negativa do índice geral, com retração de 3,43% e influência de -0,88 ponto percentual. A queda foi puxada principalmente pelo grupo de carnes, que sofreu com excesso de oferta no mercado interno em razão das restrições impostas por outros países às exportações brasileiras devido à gripe aviária.
Outro destaque foi o refino de petróleo e biocombustíveis, com queda de 2,53% e impacto de -0,25 p.p. Foi o quarto mês seguido de retração no setor, refletindo a queda nos preços do petróleo no mercado internacional, apesar de uma leve alta pontual em junho em função de tensões em regiões produtoras como o Estreito de Ormuz.
O setor farmacêutico, por outro lado, teve alta de 2,23%, enquanto produtos de metal caíram 1,85%.
Metalurgia acumula queda de 9,52% no semestre
A metalurgia apresentou recuo de 1,07% em junho, seu sexto resultado negativo seguido. Com isso, acumulou queda de 9,52% no primeiro semestre de 2025. A retração foi influenciada principalmente pelos menores preços da siderurgia, acompanhando a desvalorização do minério de ferro no mercado internacional.
Variação por categorias econômicas
Entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços foi a seguinte:
- Bens de capital: -0,46%
- Bens intermediários: -0,98%
- Bens de consumo: -1,78%
- Bens duráveis: -0,04%
- Bens semiduráveis e não duráveis: -2,11%
Os bens de consumo, principalmente os não duráveis, como carnes, café, gasolina e álcool, foram os que mais influenciaram o índice em junho, com impacto de -0,68 p.p.
Sobre o IPP
O IPP acompanha os preços praticados por cerca de 2.100 empresas e mais de 6 mil produtos industriais, sendo uma ferramenta importante para avaliar as tendências inflacionárias no curto prazo. Os dados completos estão disponíveis no sistema Sidra, do IBGE. A próxima divulgação, referente a julho de 2025, ocorrerá em 5 de setembro.
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