O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (31) que o Governo Federal vai divulgar, nos próximos dias, medidas para proteger os empregos e apoiar empresas dos setores industrial e agrícola diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
O anúncio foi feito na porta do Ministério da Fazenda, em Brasília. Segundo Haddad, o plano de contingência já existia e previa diversos cenários possíveis, sendo agora “calibrado” de acordo com o real impacto das sanções anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump.
“Agora vamos ajustar, à luz do que foi anunciado ontem, para que aconteça o mais rápido possível”, declarou. “São medidas de proteção à indústria, aos empregos e ao agro também. Os atos estão sendo preparados e seguem para a Casa Civil.”
Haddad afirmou que o governo federal dará tratamento equilibrado a todos os setores afetados, considerando o impacto específico de cada medida tarifária.
“A análise não será pelo tamanho de cada setor na balança comercial, mas pelos efeitos reais. A cada um segundo a sua necessidade”, destacou o ministro.
Tarifaço de Trump: menor do que o esperado, mas ainda preocupante
Embora o pacote tarifário norte-americano tenha excluído cerca de 700 produtos brasileiros, Haddad enfatizou que nenhuma medida se justifica, classificando a ação como injusta e danosa à integração econômica entre as Américas.
“Foi mais favorável do que se imaginava, mas é um ponto de partida para novas negociações. Vamos recorrer, porque não interessa só ao Brasil, mas a toda a América do Sul”, afirmou.
O ministro reforçou que as negociações com o governo dos EUA continuam, conduzidas em articulação com os Ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“Nos últimos dias percebemos uma maior sensibilidade dos Estados Unidos. Vai exigir muita negociação. Mas, se o bom senso prevalecer, vamos superar esse impasse”, completou.
Críticas à motivação política do tarifaço
Uma das justificativas públicas de Trump para as sanções seria a crítica ao processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O governo brasileiro, no entanto, tem reiterado que o Judiciário é independente e que qualquer ataque a esse pilar representa um atentado à democracia e à soberania nacional.
“Somos signatários de todas as convenções da ONU sobre direitos humanos. Se o debate for esse, que ele seja feito nas instâncias multilaterais corretas”, concluiu Haddad.
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