O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos não representa o fim das negociações comerciais. Em entrevista ao programa Mais Você, da apresentadora Ana Maria Braga, nesta quinta-feira (31), Alckmin destacou que a fase mais intensa das tratativas começa agora.
“A negociação não termina hoje, ela começa hoje. Esse tarifaço é um perde-perde. Os americanos pagarão mais caro por café, fruta, carne, peixe e calçado. E isso também prejudica o Brasil em termos de mercado, emprego e crescimento”, declarou.
Governo prepara medidas para proteger economia e empregos
Segundo o vice-presidente, o governo federal trabalha na finalização de um plano emergencial para mitigar os efeitos das novas tarifas de 50% anunciadas pelo governo do presidente Donald Trump. As medidas incluirão apoio aos setores atingidos, com foco na preservação da produção nacional e dos postos de trabalho.
Alckmin revelou que:
- 45% das exportações brasileiras para os EUA não serão afetadas pela medida.
- 20% dos produtos continuarão com as mesmas tarifas que já pagavam.
- 35,9% das exportações serão diretamente impactadas com a nova tarifa de 50%.
“Vamos lutar para reduzir essas tarifas. Também estamos buscando novos mercados para os produtos brasileiros e planejando apoio concreto aos setores mais atingidos. Ninguém ficará desamparado”, garantiu.
Alckmin critica medida dos EUA e cobra diálogo
O ministro classificou como “injustificado” o aumento tarifário, lembrando que os Estados Unidos mantêm superávit comercial com o Brasil.
“Dos dez produtos que eles mais exportam para cá, oito entram com tarifa zero. Isso é desproporcional e injusto.”
Sobre o relacionamento com o governo norte-americano, Alckmin afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aberto ao diálogo e que conversas estão sendo articuladas em alto nível.
“A conversa entre presidentes tem que ser preparada. Lula está disposto ao diálogo desde já. Nós não criamos o problema, mas estamos trabalhando para resolvê-lo”, enfatizou.
O vice-presidente ainda afirmou que ele, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira seguem em diálogo contínuo com representantes do governo dos EUA.
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