A cantora, atriz e empresária Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos de idade, após um intenso tratamento contra o câncer colorretal. A artista enfrentava a doença desde janeiro de 2023, quando foi diagnosticada com um adenocarcinoma na parte final do intestino. Preta travou uma batalha pública e corajosa, marcada por cirurgias complexas, sessões de radioterapia, quimioterapia e um período de recuperação que mobilizou fãs e colegas de profissão.
Ao longo do tratamento, Preta passou por uma histerectomia, amputação de reto e ficou com uma bolsa de colostomia definitiva. Ainda assim, fez questão de continuar ativa e compartilhar sua rotina com os seguidores, promovendo debates sobre saúde, autocuidado e o estigma em torno do câncer. Sua postura aberta e combativa transformou sua experiência pessoal em uma voz coletiva por empatia e informação.
Em meio aos desafios, Preta retornou aos palcos em 2023, ao lado do pai Gilberto Gil, com o show “Nós, a Gente”. Ela comemorou seus 50 anos em agosto de 2024 com o lançamento do livro Preta Gil: Os primeiros 50, onde exaltava sua trajetória de superação. “Tudo serviu de lição pra mim. Estou cheia de ideias e bora pra mais cinquenta”, declarou na época.
No final do ano passado, a cantora passou por uma cirurgia de quase 18 horas para retirada de novos tumores. Mesmo diante das dificuldades, incluindo internações na UTI e infecções, Preta manteve o otimismo. Em fevereiro deste ano, recebeu alta do hospital após 55 dias internada e, já em março, aproveitou o carnaval em Salvador e um mergulho no mar, momento que considerou simbólico.
Nascida no Rio de Janeiro, Preta Maria Gadelha Gil Moreira era filha do cantor Gilberto Gil com Sandra Gadelha. Irmã de músicos e empresária respeitada, ela se destacou ao longo da carreira como voz da diversidade. Seu álbum de estreia, Prêt-à-Porter (2003), gerou polêmica ao trazer a artista nua na capa, mas também a lançou como símbolo da liberdade e do enfrentamento a padrões conservadores.
Além da música, Preta também atuou em novelas, séries e fundou uma agência de marketing de influência voltada para artistas e personalidades diversas. Foi uma figura presente no carnaval carioca com o Bloco da Preta e acumulou admiradores por sua autenticidade e engajamento em pautas sociais como o combate ao racismo, gordofobia, homofobia e, mais recentemente, o preconceito ligado ao câncer.
A cantora deixa um filho, Francisco Gil, fruto do relacionamento com o ator Otávio Müller, e a neta Sol de Maria. Sua partida representa não apenas uma perda para a música brasileira, mas também para a cultura e para todas as vozes que lutam por um país mais justo e plural.
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