O Guia do Afroturismo no Brasil – Roteiros e Experiências da Cultura Afro-Brasileira, lançado recentemente pelo Ministério do Turismo, traz um panorama detalhado do afroturismo no país. A publicação mapeia experiências turísticas e serviços protagonizados por pessoas negras, identificando boas práticas e subsidiando políticas públicas para o setor.
A iniciativa valoriza espaços de memória e resistência, reconhecendo a importância da cultura afro-brasileira na formação da identidade nacional. O guia oferece uma forma de reconectar-se com o passado, resgatar a ancestralidade, fortalecer o presente e projetar um futuro de valorização da cultura negra.

Organizado por macrorregiões e tipos de atividades, o material apresenta roteiros que abrangem visitas a quilombos e terreiros, circuitos gastronômicos, museus e feiras culturais. Essa diversidade reflete o potencial do turismo como instrumento para geração de renda, fortalecimento da identidade cultural e preservação do patrimônio histórico, material e imaterial.
Entre as experiências destacadas, está o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Alagoas, onde visitantes conhecem a história do importante quilombo dos Palmares. Também fazem parte do roteiro o Quilombo Cultural em São Luís (MA), o maior quilombo urbano da América Latina.

O guia sugere ainda visitas a manifestações culturais como o reggae, cacuriá, tambor de crioula, bumba meu boi e blocos afros, além da religiosidade africana. Na cidade de São Cristóvão, Sergipe, o turista pode vivenciar o Terreiro de Candomblé Alarokê, participando de oficinas, rodas de conversa e apresentações artísticas que aprofundam o conhecimento da espiritualidade afro-brasileira.Em Salvador (BA), são indicados o Terreiro do Gantois, um dos mais respeitados do Candomblé, e o Memorial Mãe Menininha do Gantois, espaço dedicado ao fortalecimento cultural e social. Outro destaque baiano é o Quilombo Kaonge, em Cachoeira, com atividades que incluem a feitura artesanal de farinha e azeite de dendê.
No Norte, o roteiro da Rota dos Barracões em Macapá (AP) apresenta a cultura afro-amazônica viva na comunidade de Marabaixo. No Centro-Oeste, o território Kalunga em Goiás oferece trilhas e cachoeiras em meio à história de uma comunidade quilombola.
O guia ainda inclui roteiros como o Circuito da Memória Negra em Petrópolis (RJ), a Pequena África no Rio de Janeiro, e o percurso do Manguebeat no Recife, que destaca a influência afro-brasileira em movimentos musicais contemporâneos.
Para a elaboração do guia, o Ministério do Turismo abriu um formulário público para que empreendedores, comunidades tradicionais e gestores indicarem experiências locais. A curadoria selecionou 43 iniciativas afrocentradas, baseadas em critérios como presença no Mapa do Turismo Brasileiro, atuação de afroempreendedores e cadastro regular no Cadastur.
Com 16 roteiros nas regiões Nordeste e Sudeste, seguidas pelo Norte, Centro-Oeste e Sul, o guia reforça o compromisso da gestão atual com o segmento do afroturismo, que integra o Programa Rotas Negras. Este programa busca fomentar o turismo afrocentrado, fortalecer comunidades negras e posicionar a cultura afro-brasileira no cenário turístico nacional e internacional.
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