Uma média de 62 mulheres foram vítimas de violência doméstica por dia no Espírito Santo em 2024. Ao todo, foram registrados 22.985 casos, segundo o Anuário Estadual da Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), órgão vinculado ao governo estadual. O número representa um aumento de 7,8% em relação ao ano anterior.
Os dados se referem a ocorrências enquadradas na Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, e abrangem agressões físicas, violência psicológica, sexual, patrimonial e moral. As estatísticas foram baseadas nos Boletins de Ocorrência (BOs) registrados nas delegacias do estado.
Os crimes se concentram majoritariamente nos fins de semana, especialmente aos domingos (4.635 casos) e sábados (4.188). Os meses com maior incidência são março — por causa da visibilidade gerada pelo Dia Internacional da Mulher — e dezembro, período comumente associado a tensões familiares.
Distribuição por dia da semana
- Domingo: 4.635
- Sábado: 4.188
- Segunda-feira: 3.149
- Terça-feira: 2.801
- Quarta-feira: 2.740
- Quinta-feira: 2.643
- Sexta-feira: 2.829
Perfil das vítimas
A faixa etária mais atingida foi a de mulheres entre 30 e 59 anos, que representou 57% dos casos. Jovens de 15 a 29 anos foram 31,3% das vítimas.
- 0 a 14 anos: 0,8%
- 15 a 29 anos: 31,3%
- 30 a 59 anos: 57%
- 60 anos ou mais: 5,5%
- Não informado: 5,4%
Menor número de homicídios em 28 anos
Apesar da alta nos casos de violência doméstica, o estado registrou uma marca histórica: o menor número de homicídios em quase três décadas. Foram 852 assassinatos em 2024, o menor número desde o início da série histórica, em 1996. É também a primeira vez que o Espírito Santo registra menos de 900 homicídios em um ano.
Violência contra idosos cresce pelo 7º ano consecutivo
Outro dado preocupante foi o aumento da violência contra pessoas idosas. Em 2024, houve crescimento de 15,38% nos registros, mantendo a tendência de alta contínua desde 2018. No ano anterior, o avanço já havia sido de 14,1%.
O Anuário também destacou o aumento dos homicídios de mulheres, dos feminicídios, e dos crimes contra a dignidade sexual. Em contrapartida, houve queda na apreensão de armas de fogo e na violência contra a população LGBTQPIA+.
O documento completo pode ser acessado no site do Instituto Jones dos Santos Neves.
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