Uma investigação conduzida pela Delegacia de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) resultou, nesta quinta-feira (3), na prisão de dois integrantes de uma rede criminosa que movimentou mais de R$ 250 milhões em um ano com tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro.
A Operação Bella Ciao, nome da ação policial, teve como alvo criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV) e ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo os investigadores, a estrutura funcionava como um verdadeiro “consórcio” entre facções rivais, articulando o fornecimento de drogas do Paraguai para o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Prisões
Um dos presos é Gustavo Miranda de Jesus, de 37 anos, capturado na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro. Considerado o braço direito de um dos principais líderes do CV, conhecido como “Professor” — morto em junho com um tiro na cabeça — Gustavo era responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico. Ele utilizava empresas fantasmas e bailes funk para movimentar os recursos ilícitos. Seu mercadinho de fachada praticamente não vendia produtos.
A outra prisão ocorreu em Taubaté (SP). Ana Lúcia Ferreira, de 42 anos, é ex-mulher de “Galã”, integrante do PCC preso em 2023. Ela era investigada há mais de um ano por atuar como ponte logística entre o PCC e o Comando Vermelho, intermediando a entrada de drogas e armas vindas da fronteira com o Paraguai.
“Era a ponte logística entre o CV e o PCC”, afirmou o delegado Vinícius Miranda.
Esquema bilionário
Segundo a polícia, a organização criminosa operava de forma integrada: Ana Lúcia abastecia a rede com drogas oriundas do Paraguai, enquanto o Comando Vermelho distribuía os entorpecentes no Rio de Janeiro, especialmente no Complexo do Alemão, onde domina os pontos de venda.
A investigação aponta que a rede criminosa movimentava valores por meio de lavagem com comércios de fachada, eventos de funk e contas de laranjas. Em um ano, R$ 250 milhões passaram por esse sistema paralelo de finanças ilícitas. A operação continua em andamento e novas prisões não são descartadas.
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