O Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES) lançou uma nova campanha de conscientização para marcar os 17 anos da Lei Seca no Brasil. Com tom direto e impactante, a ação reforça que dirigir após consumir bebida alcoólica é crime — e pode custar vidas.
A campanha, que já está sendo exibida em emissoras de TV, rádios e redes sociais, usa como cenário uma delegacia, onde pessoas são fotografadas após cometerem crimes. Entre elas, indivíduos envolvidos com tráfico de drogas, latrocínio e furto — e um motorista que foi flagrado dirigindo alcoolizado. A mensagem central é clara: quem bebe e dirige comete um crime tão grave quanto qualquer outro e não pode ser tratado com tolerância.
Já nos spots de rádio, a campanha apela para o emocional, ao mostrar uma pessoa vista como “gente do bem”, mas que, ao dirigir sob efeito de álcool, assume o risco de matar. “Quem dirige embriagado também vira criminoso”, alerta o locutor, chamando o ouvinte à responsabilidade.
Além das peças de mídia, a campanha se estenderá a ações educativas em bares e eventos, além de postagens informativas nas redes sociais do órgão.
O diretor-geral do Detran|ES, Givaldo Vieira, destaca que o objetivo é usar um tom mais firme para gerar conscientização. “Ainda há quem insista em beber e dirigir. Muitos se recusam a fazer o teste do etilômetro por saber que beberam. Esse comportamento irresponsável resulta em tragédias. A Lei Seca salva vidas, e precisamos reforçar que dirigir embriagado é crime — muitas vezes cometido por pessoas que não cometeriam outros delitos, mas acham que podem abrir essa exceção. E não podem!”, afirma.
A campanha acontece em paralelo ao trabalho de fiscalização intensificada por parte dos órgãos integrantes do Comitê Integrado de Fiscalização Força Pela Vida, incluindo o Detran|ES, a Polícia Militar, Guardas Municipais e a Polícia Rodoviária Federal. Até maio deste ano, o Detran já realizou 82 operações de fiscalização em todo o Estado, sendo 34 voltadas especificamente à Lei Seca — número que já iguala todo o volume de blitze com esse foco registradas em 2024.
Durante as abordagens, agentes utilizam o bafômetro passivo, que detecta a presença de álcool no veículo, mesmo sem o condutor precisar assoprar. Se o resultado for positivo, o motorista é convidado a soprar o etilômetro ativo, que mede o teor de álcool no organismo. Em caso de recusa, o condutor é autuado conforme o Artigo 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), podendo também ser enquadrado no Artigo 165 (infração por dirigir sob efeito de álcool) ou no Artigo 306, que tipifica o crime de condução sob influência de substância psicoativa.
De janeiro a maio de 2025, 5.459 motoristas se recusaram a fazer o teste do bafômetro no Espírito Santo. Outros 496 foram flagrados dirigindo alcoolizados. Em ambos os casos, a infração é gravíssima, com multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por 12 meses.
Diante do aumento de mortes no trânsito no Estado — que em 2024 ultrapassaram os registros de homicídios pela primeira vez — o Governo do Espírito Santo criou o Comitê Permanente de Preservação da Vida no Trânsito. O grupo, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública, analisa cada sinistro grave e propõe ações com base em dados concretos para reduzir os óbitos.
“Cada condutor retirado das ruas após beber pode representar uma vida salva — ou várias”, reforça Givaldo Vieira. “A educação, aliada à fiscalização firme, é a chave para mudar essa realidade.”
*Com informação da Agência Brasil. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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