Promover a cooperação internacional para enfrentar os desafios ambientais e climáticos é uma das principais pautas da Cúpula de Líderes do Brics, realizada neste domingo (6), no Rio de Janeiro. De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o ponto central das discussões será a implementação de compromissos já assumidos em acordos internacionais, como o Acordo de Paris.
“Em relação à mudança do clima, uma agenda robusta precisa ser tratada. Já temos muitas decisões tomadas ao longo de décadas, desde a Rio 92. Agora, o foco deve ser a implementação dessas ações”, afirmou Marina em entrevista ao Canal Gov.
A ministra ressaltou que a falta de financiamento climático consistente continua sendo um dos maiores obstáculos para que os países em desenvolvimento avancem em suas metas ambientais. Além disso, ela destaca a importância da transferência de tecnologia, para que esses países possam realizar suas transições ecológicas de forma justa e eficaz.
“Um dos principais gargalos para a implementação dessas decisões é a ausência de financiamento na quantidade e constância necessárias. Também precisamos de tecnologia acessível para reduzir emissões e adaptar nossas sociedades a uma nova realidade climática, que já está afetando regiões como o Rio Grande do Sul”, disse Marina.
Declaração conjunta
A preocupação com os instrumentos de financiamento e implementação não é nova. Na 11ª reunião dos ministros do Meio Ambiente do Brics, realizada em abril deste ano, os países-membros já haviam reafirmado a necessidade de apoio financeiro e técnico para cumprir os compromissos assumidos na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e no próprio Acordo de Paris, que completou dez anos em 2025.
Um apelo por ação
Para Marina Silva, é urgente que as decisões políticas se transformem em ações concretas. Ela defende que o Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além dos novos membros — tem papel estratégico na cobrança por justiça climática, especialmente por representar economias emergentes com diferentes níveis de vulnerabilidade ambiental.
“A mudança do clima não é algo que virá no futuro. Já é uma realidade que impacta diretamente nossas comunidades. Precisamos agir agora”, concluiu.
A expectativa é de que a Cúpula do Brics no Rio finalize com uma nova declaração de compromisso ambiental, com foco em financiamento, inovação, e cooperação entre os países do bloco frente à emergência climática global.
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