Na noite de segunda-feira (9), Clovis Brás Júnior, de 31 anos, manobrista de ônibus do sistema Transcol, foi assassinado ao chegar para trabalhar em uma garagem localizada no bairro São Francisco, em Cariacica, na Grande Vitória. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
De acordo com testemunhas, Clovis foi surpreendido pelo criminoso, tentou fugir, mas acabou atingido por um disparo de arma de fogo. O tiro perfurou a porta do carona do carro que ele dirigia. A vítima era funcionário do Grupo Santa Zita, uma das empresas que integram a frota do Transcol.
A morte do trabalhador gerou forte comoção entre colegas e provocou a paralisação de ônibus na manhã desta terça-feira (10). Por cerca de duas horas, motoristas cruzaram os braços como forma de protesto e exigência de mais segurança nas garagens e no trajeto dos profissionais.
Os coletivos voltaram a circular por volta das 7h30, após reunião entre os trabalhadores e a diretoria do Sindirodoviários, o sindicato da categoria. Durante a paralisação, pontos de ônibus em cidades como Serra e Vitória ficaram lotados. Muitos passageiros recorreram a caronas e aplicativos para conseguir se deslocar.

Marcos Alexandre, presidente do sindicato, cobrou providências urgentes do poder público e das empresas. Ele destacou as péssimas condições de segurança enfrentadas pelos profissionais do transporte coletivo:
“O assassinato foi à noite, o local é ermo, meio escuro, afastado. Não tem condições para os trabalhadores aqui, no dia a dia, trabalhando nessa garagem, sem nenhum tipo de segurança. O trabalhador tem que andar quase dois quilômetros a pé para chegar até aqui.”
O sindicalista afirmou ainda que trabalhadores da categoria sofrem rotineiramente com assaltos, ameaças e agressões tanto nas garagens quanto dentro dos ônibus:
“A gente já vem apanhando de vagabundos dentro dos ônibus, roubam carros e motos dos companheiros aqui, dão facadas. Esse protesto é para chamar atenção do governo, das secretarias de segurança e das empresas. Os trabalhadores estão sofrendo.”
Marcos Alexandre também pediu a compreensão da população diante da paralisação:
“Olhem para esses trabalhadores que acordam de madrugada para atender os usuários da melhor forma possível. Eu entendo a falta que os ônibus fazem, mas também preciso proteger a minha categoria.”
A Polícia Civil investiga o crime. O caso reforça o debate sobre a urgente necessidade de reforço na segurança dos terminais, garagens e rotas dos trabalhadores do transporte coletivo.
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