Uma nova rota de aventura surge no Brasil com o objetivo de colocar o Parque Nacional do Caparaó no cenário internacional do turismo de montanha e ecoturismo. Espírito Santo e Minas Gerais se uniram para lançar a Travessia dos 7 Cumes, um percurso desafiador de aproximadamente 60 km, passando pelos sete principais picos da região, com altitudes que chegam a quase 2.900 metros.
O projeto, que deve ser lançado oficialmente em outubro, é uma iniciativa do Sebrae do Espírito Santo e de Minas Gerais, em parceria com empreendedores locais, com a proposta de criar uma experiência de trekking de alta performance, comparável, em grau de preparação, a desafios internacionais como o Everest.
Os sete picos que fazem parte da travessia são:
- Pico da Bandeira – 2.892 metros (3º ponto mais alto do Brasil)
- Pico do Calçado – 2.849 metros
- Pico do Cristal – 2.770 metros
- Pico do Tesouro – 2.620 metros
- Pico do Tesourinho – 2.584 metros
- Pedra Roxa – 2.649 metros
- Cruz do Negro – 2.658 metros
Mais do que uma trilha, uma experiência completa
A travessia será realizada em quatro dias e três noites, passando por diferentes biomas, incluindo campos de altitude, matas nativas e brejos, além de contemplar atrativos como cachoeiras, piscinas naturais, cafés, hospedagens e experiências gastronômicas locais.
O diretor-superintendente do Sebrae-ES, Pedro Rigo, destaca que o projeto vai muito além do Pico da Bandeira, que hoje é o principal atrativo.
“Os turistas costumam vir, subir o pico e ir embora. Com essa travessia, garantimos a permanência por mais tempo, estimulando a economia local e oferecendo uma experiência muito mais rica”, afirma.
Inicialmente, 150 empreendimentos fazem parte do projeto, com foco na capacitação e fortalecimento dos negócios locais — incluindo pousadas, restaurantes, cafeterias, empresas de turismo e guias especializados.
Visibilidade internacional e desenvolvimento sustentável
O empresário Mário Martins, dono de uma pousada em Dores do Rio Preto (ES), acredita que o projeto é uma virada de chave para o turismo no Caparaó.
“Muita gente ainda não enxerga o Caparaó como um destino turístico. Esse projeto coloca nossa região no mapa internacional, e ainda fortalece a sustentabilidade, já que traz um público mais consciente”, comenta.
O sentimento é compartilhado pelo guia e empresário Jorge Adriano, que atua no turismo de natureza há 20 anos no Caparaó.
“Apesar de termos o terceiro ponto mais alto do Brasil, não conseguimos atrair o público de montanhismo de alta performance. Essa travessia tem potencial de trazer turistas que hoje fazem expedições como Everest, Aconcágua e Kilimanjaro. É um público que sempre quisemos aqui”, explica.
Além do trekking, Jorge ressalta que a região oferece muito mais:
“Temos turismo de experiência com fazendas de café, gastronomia, trilhas, cachoeiras… O turista que vem fazer a travessia pode estender sua estadia para viver tudo isso.”
Benefícios para as cidades da região
O Parque Nacional do Caparaó abrange municípios do Espírito Santo e de Minas Gerais. No lado capixaba, as cidades diretamente beneficiadas são Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Ibitirama e Iúna.
O subsecretário de Turismo de Irupi (ES), Weuller Souza, reforça que o projeto vai além dos limites do parque.
“É um projeto que traz protagonismo para toda a região. Essa travessia tem potencial de se tornar referência até como preparação para o Everest. Estamos muito animados e engajados”, celebra.
Capacitação e profissionalização
O Sebrae destaca que, além da criação da travessia, está investindo fortemente na capacitação dos empreendedores locais, ajudando-os a se conectar com agências nacionais e internacionais.
O projeto também promove ações de sustentabilidade, visando alinhar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental, o que inclui treinamento de boas práticas, gestão responsável dos recursos naturais e incentivo à economia verde.
Um novo capítulo para o Caparaó
Com lançamento oficial previsto para outubro, a Travessia dos 7 Cumes marca um novo capítulo na história do Parque Nacional do Caparaó, unindo desenvolvimento econômico, conservação ambiental e turismo sustentável.
A expectativa é atrair não apenas montanhistas brasileiros, mas também aventureiros do mundo inteiro, colocando o Caparaó definitivamente no mapa dos grandes destinos de turismo de aventura e natureza do planeta.
*Da Agência Fonte Exclusiva com informações do G1. Compartilhe esta notícia do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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