A inteligência emocional tem se tornado uma das habilidades mais desejadas no mercado de trabalho e uma peça-chave para o bem-estar nas relações pessoais e profissionais. Mas o que exatamente significa ter inteligência emocional?
Segundo Miryam Cristina Maziero, psicóloga do Trabalho do Instituto de Psiquiatria da USP, essa habilidade é a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, além de entender as emoções dos outros. Ela envolve quatro pilares: autoconhecimento, autorregulação emocional, empatia e habilidades sociais.
“Ao desenvolver essas competências, conseguimos agir de forma mais consciente, evitando reações impulsivas em momentos de raiva ou frustração, por exemplo”, explica a especialista.
Emoções em equilíbrio
A psicóloga destaca que, de acordo com o psicólogo Daniel Goleman, temos dois cérebros: o racional e o emocional. O equilíbrio entre os dois resulta em comportamentos mais adaptativos e saudáveis.
Quando há predominância do cérebro emocional, sentimentos como raiva ou tristeza podem gerar comportamentos desproporcionais, o que compromete relações e o desempenho no trabalho. “A emoção, como o próprio nome sugere, nos move, nos leva à ação. Por isso, saber regulá-la é essencial”, afirma Maziero.
Empatia e habilidades sociais
Outro pilar é a empatia, que possibilita enxergar o mundo pelos olhos do outro. Essa competência fortalece vínculos e melhora a convivência.
As habilidades sociais também são fundamentais: saber se comunicar, resolver conflitos e manter relações saudáveis contribui para ambientes mais harmoniosos e produtivos. “Pessoas emocionalmente inteligentes criam ambientes mais calmos e colaborativos”, pontua a psicóloga.
Por que as empresas valorizam tanto?
Cada vez mais, empresas buscam profissionais com inteligência emocional desenvolvida. Isso porque a convivência entre equipes, a capacidade de ouvir, de dar e receber feedbacks e de manter a calma sob pressão são diferenciais importantes.
“A inteligência técnica pode ser ensinada com cursos e treinamentos. Mas empatia, comunicação e autoconhecimento são mais difíceis de desenvolver quando não há uma base”, explica Maziero.
Ela acrescenta que pessoas com alto QI, mas pouca habilidade interpessoal, muitas vezes enfrentam dificuldades para colaborar ou liderar.
Inteligência emocional pode ser treinada?
Sim. Maziero afirma que todos têm inteligência emocional, mas alguns pilares podem estar menos desenvolvidos. Para aprimorar, é necessário investir em autoconhecimento, refletir sobre os próprios objetivos, aprender com os feedbacks e assumir a responsabilidade pelas próprias ações.
“O desenvolvimento exige prática constante. É importante se observar, reconhecer os gatilhos emocionais e entender como nossas emoções afetam os outros. Tudo isso nos torna mais preparados para lidar com os desafios da vida e do trabalho”, conclui.
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram