A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagraram nesta terça-feira (29) a Operação Korban, que apura o desvio de aproximadamente R$ 15 milhões em recursos públicos federais, oriundos de emendas parlamentares destinadas a eventos de esportes digitais (eSports). O dinheiro teria sido repassado a uma associação sediada no Distrito Federal, por meio de termos de fomento firmados com o Ministério do Esporte.
Segundo a PF, os recursos tinham como objetivo financiar os Jogos Estudantis de Esportes Digitais (Jedis) nos anos de 2023 e 2024. As investigações apontam indícios de irregularidades graves na execução dos convênios.
“Há fortes indícios de que os valores foram desviados, comprometendo o propósito original dos projetos voltados à formação e capacitação de estudantes da rede pública”, informou a CGU.
Mandados e bloqueio de bens
A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cumpriu 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Acre, Paraná, Goiás e no próprio Distrito Federal. Além disso, foram determinadas medidas de indisponibilidade de bens dos investigados, que podem somar até R$ 25 milhões, incluindo veículos, imóveis e contas bancárias de empresas envolvidas.
A Justiça também suspendeu novos repasses federais à associação investigada e proibiu que a entidade transfira recursos para empresas subcontratadas nos termos de fomento analisados.
Prejuízos à educação pública
De acordo com a CGU, os convênios sob investigação tinham como foco promover a capacitação profissional e digital de estudantes da rede pública, por meio de cursos profissionalizantes na área de games e eSports, além de atividades pedagógicas.
O desvio dos recursos compromete diretamente a qualidade do ensino e da formação profissional dos alunos, além de reduzir o alcance dos programas, que poderiam beneficiar um número maior de estudantes caso os recursos fossem utilizados corretamente.
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