O número de idosos brasileiros conectados à internet quase quadruplicou entre 2016 e 2024. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total saltou de 6,5 milhões para 24,5 milhões no período, um aumento de 278%. Isso significa que, enquanto em 2016 apenas 44,8% das pessoas com 60 anos ou mais usavam a internet, esse índice chegou a 69,8% em 2024.
As informações fazem parte do suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que entrevistou brasileiros no último trimestre de 2024 sobre seus hábitos digitais nos 90 dias anteriores à pesquisa.
Segundo Gustavo Geaquinto Fontes, analista do IBGE, embora os idosos ainda sejam o grupo etário que menos utiliza a rede, o crescimento tem sido constante. Para ele, a ampla oferta de serviços digitais explica a adesão crescente: “A internet faz cada vez mais parte do cotidiano da sociedade. Muitas interações, comunicações e até trabalhos hoje são realizados online”, afirmou.
Dos 24,5 milhões de idosos conectados, 87,9% acessavam a internet diariamente.
Crescimento geral do uso da internet no Brasil
Em 2024, o Brasil contabilizou cerca de 168 milhões de usuários da internet com 10 anos ou mais, o equivalente a 89,1% da população nessa faixa etária. Destes, 95,2% acessavam a rede todos os dias, e apenas 0,6% faziam isso com menos de uma vez por semana.
O celular é o principal meio de acesso: 98,8% das pessoas usaram o aparelho para navegar. Enquanto isso, o uso de computadores caiu de 63,2% em 2016 para 33,4% em 2024. Em contrapartida, o uso da TV para acessar a internet cresceu significativamente, de 11,3% para 53,5% no mesmo período.
Acesso domiciliar e renda
Dos 80 milhões de domicílios brasileiros, 74,9 milhões (93,6%) têm acesso à internet. Em 2016, esse percentual era de 70,9%. A conexão por banda larga — fixa ou móvel — está presente em praticamente todos esses lares (99,9%).
O estudo também aponta disparidade de renda: o rendimento médio por pessoa em casas com internet é de R$ 2.106, enquanto em domicílios sem acesso, a média cai para R$ 1.233.
Diferenças entre áreas urbanas e rurais
Apesar de persistirem desigualdades, o acesso nas áreas rurais cresceu de forma expressiva. Em 2016, apenas 33,9% da população rural usava a internet. Em 2024, o número subiu para 81%, diminuindo a distância em relação à zona urbana, onde a taxa é de 90,2%.
Segundo o IBGE, esse avanço não significa, necessariamente, que o acesso seja feito em casa, mas sim em qualquer local com conexão disponível.
Dispositivos inteligentes ganham espaço
A pesquisa também revelou o avanço da “internet das coisas” nos lares brasileiros. Em 2024, 18,1% dos domicílios possuíam ao menos um dispositivo inteligente conectado — como câmeras, lâmpadas, caixas de som ou eletrodomésticos. Em 2022, esse índice era de 14,3%.
Nas áreas urbanas, o percentual é maior: 19,1% dos lares possuem esses aparelhos, enquanto nas áreas rurais o índice é de 8,8%.
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram