O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou duramente, nesta terça-feira (15), as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Mourão rejeitou qualquer interferência internacional no processo judicial que investiga Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“Eu não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso que é interno nosso”, declarou Mourão.
O senador reconheceu que há o que classificou como “injustiça sendo praticada” contra Bolsonaro, mas defendeu que a resolução da crise deve ser feita exclusivamente por instituições brasileiras.
“Compete a nós brasileiros resolvermos isso”, acrescentou.
Mourão estendeu suas críticas a outras figuras internacionais, como o presidente francês Emmanuel Macron, a ativista Greta Thunberg e o ator Leonardo DiCaprio, acusando-os de intromissão em assuntos internos do Brasil. “Não aceito que venham meter a mão em coisas aqui do Brasil”, afirmou.
Tarifaço dos EUA e tensão diplomática
As declarações ocorrem em meio ao agravamento das tensões entre Brasil e Estados Unidos, após Trump anunciar um aumento tarifário de até 50% sobre produtos brasileiros. A medida foi associada à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se mudou para os EUA e tem feito campanha contra o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando o órgão de perseguição ao ex-presidente.
Trump, ao justificar as tarifas, acusou o Brasil de promover uma perseguição política. “Bolsonaro não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, escreveu em sua rede social, a Truth Social.
Mourão reagiu, dizendo que o presidente norte-americano abandonou a diplomacia. “Trump trocou o soft power pela coerção econômica e o poder do dinheiro”, declarou. Ele também alertou que a medida afeta diretamente empresas e consumidores dos EUA, além de prejudicar as relações comerciais bilaterais.
Processo político
Em paralelo, Mourão utilizou as redes sociais para criticar o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que propôs a condenação de Bolsonaro e outros sete réus. Para o senador, trata-se de um “processo claramente político” com o objetivo de tirar o ex-presidente da disputa eleitoral de 2026.
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