Durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que o Brasil retomou sua posição de destaque internacional ao reconstruir sua política ambiental e reduzir significativamente o desmatamento.
“O Brasil recuperou seu lugar de potência ambiental”, declarou a ministra, destacando que, mesmo diante de desafios, o país obteve avanços reconhecidos globalmente. Segundo Marina, o desmatamento caiu quase 46% na Amazônia e 32% em todo o país nos últimos dois anos, enquanto o agronegócio cresceu 15% e a renda per capita aumentou cerca de 11%.
Ela creditou os resultados ao trabalho conjunto entre o governo federal, estados, municípios, setor privado e sociedade civil, além de ações preventivas e fortalecimento dos órgãos de fiscalização.
Minoria causa maioria das irregularidades
A ministra também comentou a operação do Ibama que apreendeu 20 cabeças de gado mantidas ilegalmente na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. Ao responder a críticas, Marina reforçou que “apenas 2,6% dos imóveis rurais concentram 60% das irregularidades ambientais”.
“Quem destrói é uma minoria. Esses 2,6% não falam pelo agronegócio brasileiro”, afirmou, ao defender a atuação firme dos órgãos de fiscalização e a separação entre quem cumpre e quem descumpre a legislação ambiental.
Incêndios e mudança climática
Ao abordar os incêndios florestais, Marina Silva reconheceu que 2024 foi marcado por um aumento significativo no número de focos, provocado por eventos climáticos extremos. Segundo ela, a combinação de seca severa, altas temperaturas e baixa umidade criou um cenário propício para incêndios, muitos deles com origem criminosa.
Para enfrentar essa realidade, o governo federal destinou quase R$ 1,5 bilhão para o combate às queimadas, ampliou o número de brigadistas para 3.500 e conseguiu reduzir a área total atingida em relação a 2022.
“Fizemos uma verdadeira força-tarefa para evitar uma situação de completo descontrole”, disse Marina.
Agrotóxicos e crédito verde
Marina também foi questionada sobre a liberação de novos agrotóxicos no país. Ela explicou que o Ibama atua com autonomia e rigor técnico, priorizando a saúde pública, o meio ambiente e o produtor rural. Segundo a ministra, muitos pedidos envolvem produtos genéricos sem inovação ou atualização de fórmula, o que justifica a demora nas liberações.
A ministra destacou ainda os incentivos às boas práticas sustentáveis por meio do Plano Safra, que neste ano incluiu um redutor de juros de até 1% para agricultores que investirem em práticas de baixo carbono, como o uso de bioinsumos e a preservação de áreas de reserva legal.
Desastres climáticos em alta
O debate sobre o meio ambiente ganhou ainda mais relevância após os desastres provocados pelas chuvas intensas em diversas regiões do país. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a cheia do rio Taquari destruiu pontes e obrigou a população a utilizar passarelas flutuantes. Um relatório recente aponta que o número de desastres relacionados às chuvas triplicou no Brasil, evidenciando os impactos da crise climática.
* Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.