O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, nesta sexta-feira (1º), que a equipe econômica do governo federal e o Banco Central apresentem alternativas urgentes para garantir o financiamento habitacional, especialmente voltado à classe média. A demanda foi feita durante cerimônia de entrega de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto.
A principal preocupação é com a queda nos depósitos da caderneta de poupança, que historicamente é a principal fonte de crédito imobiliário no Brasil. Em 2025, o saldo já registra um resgate líquido de R$ 49,6 bilhões, mesmo com dois meses seguidos de entrada líquida positiva.
— Decidimos lançar o maior programa habitacional da história do país, com moradia não apenas para os mais pobres, mas também para a classe média. Agora, a proposta definitiva está atrasada. Quero uma resposta de vocês — cobrou Lula, citando diretamente os ministros Jader Filho (Cidades), Rui Costa (Casa Civil), o presidente da Caixa Econômica, Carlos Vieira, a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Propostas e limitações
O ministro das Cidades, Jader Filho, propôs como alternativa a liberação parcial dos depósitos compulsórios da poupança — atualmente, os bancos são obrigados a reter 20% desses recursos. A ideia é reduzir esse percentual para injetar mais dinheiro no crédito habitacional.

Jader defendeu ainda que a liberação seja condicionada a duas regras: 80% dos recursos devem ser destinados exclusivamente à habitação, e com teto na taxa de juros. “Se não houver essas travas, não faz sentido lançar o programa”, disse.
Segundo ele, um novo encontro com o presidente Lula e Galípolo será agendado para discutir o redirecionamento dos recursos da poupança para habitação, evitando o uso em empreendimentos como shoppings ou imóveis comerciais.
Entrega de novas moradias
Durante o evento, Lula participou da entrega simultânea de 1.876 unidades do Minha Casa, Minha Vida em seis cidades das regiões Norte e Nordeste: Pojuca e Paulo Afonso (BA), Horizonte (CE), Açailândia (MA), Teresina (PI) e Chapada de Areia (TO).
As unidades entregues no Ceará são as primeiras do terceiro mandato do presidente construídas nos novos moldes, com melhorias estruturais, como varandas, melhor localização e acesso a serviços públicos como escolas e bibliotecas.
— O povo só quer ser tratado com dignidade. Ter uma casa perto da escola, do ponto de ônibus, da saúde, da creche… É isso que garante segurança. Por isso, a Caixa precisa colocar todo o dinheiro possível para esse projeto — afirmou Lula.
O presidente reforçou que o investimento em habitação deve alcançar também quem ganha até R$ 12 mil, citando que a classe média enfrenta hoje dificuldades para obter financiamento.
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