A primeira fase da Operação de Desintrusão da Terra Indígena Kayapó (OD-TIKAY), no Pará, foi concluída com resultados históricos no combate ao garimpo ilegal, à criminalidade ambiental e em defesa dos povos indígenas. Coordenada por mais de 20 órgãos do Governo Federal, a ação destruiu 1.384 alvos ilegais, o dobro da meta inicial, e impôs prejuízo estimado de R$ 97,3 milhões às atividades criminosas.
A operação também resultou em uma redução de 96% nos alertas de garimpo e queda de 95% no desmatamento desde o início das ações, em maio de 2025. Entre os alvos destruídos estão 967 barracos, 117 acampamentos, 406 motores e 25 escavadeiras hidráulicas, além de milhares de litros de combustível e gramas de ouro.
“A operação reafirma o compromisso do Governo Federal com a proteção dos povos indígenas, o enfrentamento ao crime organizado e a defesa da Amazônia”, afirmou Nilton Tubino, coordenador-geral da OD-TIKAY.
Principais resultados da operação:
- 1.384 alvos de garimpo ilegal destruídos
- R$ 97,3 milhões de prejuízo ao crime ambiental
- 686 ações de campo (terrestres, fluviais e aéreas)
- Queda de 96% nos alertas de garimpo
- 95% de redução no desmatamento
- R$ 164,5 mil em multas aplicadas
- 22,8 mil litros de óleo diesel inutilizados
- 63 gramas de ouro apreendidas
- 257 kg de cocaína e 238 kg de pasta-base apreendidos
- 4 caminhões com 217 m³ de madeira ilegal apreendidos
Os rios da região, como o Rio Fresco, já apresentam melhoria na qualidade da água, um dos primeiros sinais de recuperação ambiental.
Monitoramento contínuo e plano de sustentabilidade
Mesmo após o encerramento da primeira fase, a Força Nacional e a Funai permanecerão no território para impedir o retorno de invasores. O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) apresentará às comunidades o plano de sustentabilidade pós-desintrusão, voltado ao uso exclusivo da terra pelos povos originários.
“Essa operação mostra a importância de o Estado proteger as terras indígenas e garantir o bem-estar das comunidades, como determina a Constituição”, destacou Marcos Kaingang, secretário do MPI.
Base legal: decisão do STF
A OD-TIKAY cumpre a decisão do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da ADPF 709, que exige a retirada imediata de invasores das terras indígenas para proteger vidas, saúde e integridade dos povos originários. Esta é a oitava operação do governo dentro do cronograma de desintrusões, que inclui também a Terra Yanomami.
Sobre a Terra Indígena Kayapó
A TI Kayapó foi homologada em 1991 e ocupa 3,28 milhões de hectares nos municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach, no Pará. O território abriga 6.365 indígenas dos povos Mebengôkre (Gorotire, Kôkraimôrô e Kuben Kran Krên) e Índios Isolados do Rio Fresco, distribuídos em 67 aldeias.
Estrutura da operação
A OD-TIKAY é coordenada pela Casa Civil da Presidência da República e envolve os ministérios da:
- Defesa
- Justiça e Segurança Pública
- Povos Indígenas
- Trabalho e Emprego
- AGU
- SECOM-PR
Além de órgãos como:
- PF, PRF, Funai, Ibama, Força Nacional
- ABIN, ANAC, ANP, ANTT, Censipam
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram