As denúncias feitas pelo influenciador Felca Bress em vídeo publicado na última semana reacenderam o debate sobre os riscos que as redes sociais representam para crianças e adolescentes. As cenas divulgadas pelo criador de conteúdo geraram forte reação no Congresso Nacional, na Presidência da República e em diversos setores da sociedade, chamando atenção para a ausência de regulação no uso de imagens de menores nesses espaços virtuais.
Especialistas consultados orientam pais, mães e responsáveis a garantir que as idades informadas estejam corretas nos perfis, já que as plataformas não exigem comprovação. Além disso, recomendam configurar as contas como privadas para evitar o acesso de desconhecidos e reduzir os riscos de contato inadequado.
Segundo a pesquisa TIC Kids Online, realizada pelo Cetic.br, 93% dos brasileiros entre 9 e 17 anos usam internet, o que representa cerca de 24,5 milhões de pessoas. Entre eles, 83% possuem perfil em redes sociais e 30% relataram já ter interagido online com alguém que não conheciam pessoalmente.

Outro ponto de alerta é a exposição de imagens por familiares em suas próprias contas. Para a ativista Sheylli Caleffi, “as redes não são álbuns de fotos, mas ambientes comerciais”, onde qualquer conteúdo pode ser retirado do contexto e usado de forma criminosa. Ela ressalta que apenas responsáveis legais têm direito de publicar imagens de menores.
Além da exposição digital, os especialistas chamam atenção para o fenômeno da adultização precoce, quando crianças são inseridas em contextos de adultos, seja pelo consumo de conteúdos online ou até mesmo pelo uso de roupas, maquiagens e dietas inadequadas para a idade. Isso pode gerar sérios impactos psicológicos.
O controle parental é apontado como ferramenta importante. Aplicativos de mediação permitem monitorar tempo de tela, rastrear localização e identificar conteúdos acessados. Mas o diálogo aberto e constante ainda é considerado fundamental.
A professora Vládia Jucá, da Universidade Federal do Ceará (UFC), reforça que a proteção das crianças é uma responsabilidade compartilhada entre famílias, escolas, assistência social, Justiça e demais órgãos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ela defende também a necessidade urgente de maior regulação das plataformas digitais.
Denúncias de abusos ou violações de direitos de crianças e adolescentes podem ser feitas pelo Disque 100, serviço gratuito disponível 24 horas.
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