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O Parque do Povo, em Campina Grande (PB), voltou a pulsar com força máxima neste dia de São João (24), considerado o ponto alto da maior festa junina do país. Com capacidade para 76 mil pessoas, o espaço deve atingir a lotação máxima para os aguardados shows de Waldonys, Ton Oliveira e Geraldo Azevedo. O evento, que se estende até 6 de julho, atrai mais de 3,5 milhões de visitantes e movimenta cerca de R$ 740 milhões na economia local.
Apesar do gigantismo atual, o São João de Campina Grande começou como uma celebração comunitária e modesta. Até os anos 1980, era comum ver moradores reunidos em frente às casas com fogueiras, bandeirolas e forró improvisado. A transformação começou em 1983, quando a prefeitura assumiu a organização da festa. Três anos depois, a gestão do então prefeito Ronaldo Cunha Lima profissionalizou o evento e inaugurou o Parque do Povo, com 27 mil metros quadrados.

Hoje, com quase 40 mil m² após a incorporação do Parque Evaldo Cruz, o espaço abriga palcos, praças de alimentação, estandes de marcas e áreas temáticas. A estrutura lembra a de um grande festival e é referência nacional em organização.
A diversidade musical é uma das marcas da festa. O tradicional forró divide espaço com artistas de outros gêneros, como o DJ Alok, Joelma, Matuê e Hungria. A mudança provoca debates entre os defensores da tradição e os que veem na pluralidade uma forma de atrair novos públicos. “Tem espaço pra tudo. O São João é do povo”, diz o administrador Mateus Ernesto.
Mesmo com as atrações de renome nacional, artistas locais também ganham espaço. É o caso de Jussara Damião, do Trio Forrozão Sem Frescura, que fará oito apresentações no evento. “Os cachês podiam ser melhores, mas a gente é valorizado aqui”, afirma.
A gastronomia também tem destaque. José Ventura Barbosa, dono da tradicional Bodega do Ventura, participa da festa desde 1994 e diz que, apesar do alto investimento em estrutura, as vendas superaram as do ano passado. “Vale a pena. Aqui é o São João que move tudo.”

Mais do que shows e comércio, o evento é uma celebração da identidade cultural nordestina. Famílias inteiras participam das apresentações de quadrilhas, como a bióloga Juliana Soares, que fez questão de inscrever a filha de cinco anos na quadrilha infantil. “É uma forma de passar adiante o orgulho de ser nordestino”, afirma.
O São João de Campina Grande é, ao mesmo tempo, tradição e renovação. Uma festa que cresceu com a cidade, mas não esqueceu de suas raízes.
*Com informação da Agência Brasil. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.