Com uma programação diversa e ao ar livre, a 4ª edição d’A Feira do Livro chega ao seu último fim de semana celebrando nomes consagrados como Ruth Rocha e abrindo espaço para uma nova geração de autores. O evento ocorre na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo, com mais de 200 convidados e entrada gratuita.
A escritora Ruth Rocha, referência da literatura infantil no Brasil e autora de mais de 200 livros traduzidos para 25 idiomas, seria uma das presenças aguardadas para uma tarde de autógrafos. Aos 94 anos, ela não pôde comparecer por questões de saúde, mas participou com entusiasmo por meio de entrevistas e homenagens. Em conversa com a Agência Brasil, ressaltou sua paixão pelo contato com o público:
“É uma ocasião em que a gente vê de verdade o amor que a criança tem pelo livro, é uma resposta objetiva ao que a gente faz”, declarou.
Na feira, foi lançada a coleção Ler e Brincar, desenvolvida por Ruth Rocha em parceria com a escritora Anna Flora e publicada pela editora Salamandra. Segundo Ruth, a coleção aposta no ensino lúdico: “Nós temos uma tendência para essa coisa de ensinar brincando”, disse.
Ruth também se mostrou otimista sobre o papel da leitura na era digital: “Com a invenção da bicicleta, disseram que as crianças não iam mais ler. E não aconteceu nada disso. Acho que esse é o melhor argumento para dizer que a leitura não vai ficar à parte”.
Nova geração de autores
Entre os novos talentos presentes na programação, destaca-se André Gravatá, autor de O Converseiro da Natureza, seu mais recente livro infantil. Inspirado por conversas com crianças e pelas memórias da avó no sertão baiano, Gravatá aborda o encontro da infância com o mundo natural.
“Cada vez mais, eu sonho com uma literatura biocêntrica, que traga para o centro as várias formas de vida, não só a humana”, afirmou o autor, citando a influência do pensador indígena Ailton Krenak.
Gravatá também compartilhou sua experiência poética com o público infantil:
“Quando me apresento para uma criança e digo que sou poeta, ela me pede um poema imediatamente. Isso é saúde, isso é poesia viva”.
A Feira do Livro, que termina neste domingo (22), reforça o papel da literatura como ferramenta de conexão entre gerações, saberes e formas de existir.
*Com informação da Agência Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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