O Brasil pode conquistar cerca de 2.500 quilômetros de novas redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) até o ano de 2054, segundo projeção da 4ª edição do Boletim Informativo do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU). O estudo foi elaborado pelo Ministério das Cidades, em parceria com o BNDES, e projeta um salto significativo em mobilidade urbana para as 21 maiores regiões metropolitanas do país.
Atualmente, essas áreas somam 2.007 km de redes de transporte coletivo como metrôs, trens urbanos, VLTs, BRTs e corredores exclusivos de ônibus. Com a expansão, a malha poderá ultrapassar os 4.400 km, promovendo mais acessibilidade e qualidade de vida.
Planejamento para o futuro
Com base em 400 projetos analisados, 200 foram priorizados e vão compor o primeiro Banco Nacional de Projetos, que servirá de base para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A seleção levou em conta dados locais, projeções de demanda até 2054 e validação com gestores municipais e estaduais.
“Nosso foco é tornar o transporte coletivo mais eficiente, dinâmico e sustentável, assegurando qualidade de vida à população”, afirmou o ministro das Cidades, Jader Filho.
Entre os 2.446 km previstos de ampliação, destacam-se:
- 323 km de novas linhas de metrô
- 96 km de trens urbanos
- 1.930 km de BRTs, VLTs e monotrilhos
- 157 km de corredores de ônibus
As regiões contempladas incluem: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Belém, Goiânia, Campinas, Vitória, São Luís, Teresina, João Pessoa, Natal, Maceió, Santos e Florianópolis.
Impacto social e econômico
De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o investimento em mobilidade urbana tem efeitos diretos na inclusão social e na produtividade econômica das cidades. Hoje, apenas 13% da população dessas regiões vive a menos de 1 km de uma estação de transporte público. Com os projetos futuros, esse índice pode superar 30% em 80% das regiões e até 40% em sete delas.
“Ampliar o acesso a redes eficientes de transporte é uma política pública essencial para reduzir desigualdades e fomentar o crescimento das cidades”, afirmou Mercadante.
Cenário otimizado e próximos passos
O ENMU também simulou um “cenário otimizado”, que considera políticas como tarifa social, integração tarifária e desestímulo ao transporte individual motorizado. Os resultados mostram aumento na cobertura e uso do transporte coletivo, além de impactos positivos em acessibilidade e sustentabilidade.
Nos próximos meses, será elaborado o Banco de Projetos detalhado, com fichas técnicas, estimativas de investimento, análises financeiras e benefícios previstos para cada um dos 200 projetos estratégicos.
Para o Secretário Nacional de Mobilidade Urbana, Denis Andia, trata-se de um “projeto pioneiro que orienta os investimentos de forma técnica, coordenada e transparente”.
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