A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, recebeu nesta quinta-feira (10), em Brasília (DF), o ministro das Águas e Florestas da Costa do Marfim, Laurent Tchagba, em reunião que integra a missão técnica marfinense no Brasil. A agenda segue nesta sexta-feira (11), com audiências no Ibama e no Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
No encontro, os ministros trataram da cooperação estratégica rumo à COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA), sob a presidência do Brasil. Entre os principais pontos discutidos estão bioeconomia, emprego verde, combate ao desmatamento, agricultura de baixo carbono e valoração dos serviços ecossistêmicos.
Marina e Tchagba também destacaram o potencial de parcerias bilaterais em pesquisa, inovação e capacitação técnica, respeitando a diversidade cultural e ecológica dos dois países, ambos detentores de ecossistemas tropicais de alto valor – a Amazônia, no Brasil, e o cinturão florestal da Costa do Marfim.
“Queremos que a nossa cooperação vá além da área técnica e econômica, mas seja também uma troca cultural. Temos experiência em agroecologia envolvendo comunidades tradicionais”, disse Marina Silva.
TFFF: incentivo à conservação
Outro tema de destaque na reunião foi o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), iniciativa proposta pelo Brasil na COP28. O mecanismo prevê pagamentos em larga escala e com base em desempenho para países que mantenham suas florestas tropicais em pé, com foco em atrair recursos privados e investimentos sustentáveis.
A ministra convidou a Costa do Marfim a aderir e colaborar com o desenvolvimento do fundo, cuja entrega está prevista para a COP30. Segundo André Aquino, chefe da Assessoria Especial de Economia do MMA, a Costa do Marfim é elegível para receber pagamentos do TFFF.
“O TFFF propõe um mecanismo que financie a floresta em pé por hectare, com base em resultados. É uma forma de unir esforços por um desenvolvimento sustentável”, destacou Aquino.
Interesse global
A proposta do TFFF já recebeu apoio de países como Reino Unido, Noruega, Emirados Árabes Unidos, além de nações tropicais como Colômbia, Peru, Indonésia, Gana e República Democrática do Congo. O fundo também atrai interesse do setor privado – com apoio de instituições como Pimco, Bank of America e Barclays – e de organizações multilaterais como o PNUD.
A parceria entre Brasil e Costa do Marfim visa fortalecer ações conjuntas para enfrentar a crise climática global com soluções sustentáveis e integradas, alinhadas aos objetivos da COP30 e ao protagonismo dos países do Sul Global na pauta ambiental internacional.
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