A Amazônia brasileira vive um momento crítico. Mais do que a cobiça histórica internacional, as ameaças internas como o narcotráfico, o desmatamento ilegal, a pesca predatória e a atuação de facções criminosas tornaram-se os principais desafios à soberania nacional na região. O alerta é da especialista em segurança nacional Mariana Plum, que se apresentou no TEDxAmazônia 2025, no Theatro da Paz, em Belém (PA).
Diretora-executiva do Centro de Soberania e Clima, Plum destacou que a ausência do Estado em determinadas áreas da floresta está sendo ocupada por redes criminosas. “Onde o Estado não chega, o crime ocupa. E onde o crime se instala, a floresta, as pessoas e o futuro ficam sob ameaça”, afirmou durante entrevista à Agência Brasil.
Segurança nacional e meio ambiente
Mariana defende que a Amazônia seja tratada como infraestrutura essencial à segurança nacional, com foco na regulação climática, segurança hídrica, produção de alimentos e equilíbrio ecossistêmico. Para ela, é preciso superar a visão fragmentada da atuação na região:

“Cada ator faz o que acha mais importante, sem diálogo. Precisamos de um plano nacional para a Amazônia, com governo federal, estaduais, municipais, sociedade civil, universidades e comunidades locais alinhados nos mesmos objetivos”, afirmou.
O papel das Forças Armadas
Apesar da recente crise de imagem das Forças Armadas, envolvidas em episódios antidemocráticos, Mariana acredita que o papel militar na região deve ser resgatado sob uma ótica positiva.
“As Forças Armadas têm meios, presença territorial e capacidade de resposta. Já fazem parte do cotidiano da Amazônia. É essencial incluí-las na discussão climática e ambiental, junto com os demais atores da defesa civil e sociedade”, disse.
Segundo ela, as ações realizadas durante tragédias recentes – como as enchentes no Rio Grande do Sul, as queimadas no Pantanal e a seca histórica na própria Amazônia – mostram que as forças militares têm um papel decisivo em resposta a desastres climáticos.
COP 30 como oportunidade
Com a COP 30 prevista para acontecer em 2025, em Belém, Mariana enxerga uma oportunidade concreta de ampliar a compreensão de que defender a Amazônia é defender o Brasil. “Precisamos de mais investimentos e de uma política que valorize quem vive e cuida da floresta, incluindo as comunidades tradicionais”, pontuou.
O TEDxAmazônia 2025 reuniu lideranças indígenas, ambientalistas, artistas e cientistas que refletiram sobre justiça climática, sustentabilidade e protagonismo amazônico. A participação de Mariana Plum chamou atenção por tratar a floresta como ponto nevrálgico da segurança nacional e por defender soluções integradas com base na ciência, diálogo e respeito às populações locais.
*Com informação da Agência Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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