O Brasil registrou mais de 62 mil internações de pessoas idosas entre janeiro e abril de 2025 após episódios de queda, segundo dados do Ministério da Saúde. Além disso, os atendimentos ambulatoriais — que não exigiram internação — ultrapassaram 67 mil nesse mesmo período. Ao longo de 2024, os números superaram 344 mil atendimentos relacionados a quedas entre idosos, com 13.385 mortes decorrentes dos ferimentos.
O levantamento reforça o alerta do Dia Mundial de Prevenção de Quedas, celebrado nesta segunda-feira (24 de junho), data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar atenção aos riscos e à importância da prevenção.
“As quedas representam um risco muito mais grave para idosos. Além da fragilidade óssea, a recuperação é lenta e, muitas vezes, compromete a mobilidade e a independência do idoso”, afirma a gerontóloga Nubia Queiroz.
Fratura de quadril é uma das consequências mais graves
Entre os riscos mais preocupantes está a fratura do quadril, que pode desencadear complicações como infecções, trombose e até pneumonia. “Isso eleva consideravelmente o risco de mortalidade”, alerta Robinson Esteves, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO).
Além das sequelas físicas, o medo de cair novamente leva muitos idosos a reduzirem suas atividades físicas e sociais, o que pode comprometer o bem-estar emocional. Por isso, a prática regular de exercícios físicos é altamente recomendada para manter equilíbrio, força muscular e flexibilidade.
Ambiente adaptado e teleassistência salvam vidas
A especialista Nubia Queiroz destaca a importância de adaptações no ambiente doméstico, como:
- Remover tapetes soltos;
- Instalar barras de apoio em banheiros;
- Melhorar a iluminação;
- Eliminar obstáculos nos caminhos.
Também é fundamental o acompanhamento médico contínuo, especialmente quando o idoso faz uso de medicamentos que podem causar tontura.
Outro recurso crescente entre famílias é a teleassistência com botão de emergência, como os sistemas da empresa TeleHelp. De janeiro a maio deste ano, os pedidos de socorro por queda representaram 23% das chamadas, superando outros tipos de emergência. Os locais com maior ocorrência são o quarto e o banheiro.
“O uso dessas tecnologias permite que o idoso mantenha sua autonomia sem comprometer a segurança”, explica Nubia.
Nenhuma queda deve ser ignorada
Mesmo uma queda aparentemente leve pode evoluir para complicações graves. Segundo Esteves, todo episódio deve ser monitorado, e o idoso deve procurar atendimento médico caso apresente hematomas, dores ou dificuldade de movimentação. Situações com perda de consciência ou suspeita de fratura exigem atendimento emergencial imediato.
“As quedas em idosos são um dos maiores desafios da saúde pública, pelos impactos na qualidade de vida e no sistema de saúde. Prevenir é mais do que cuidar — é preservar a vida e a autonomia dessas pessoas”, conclui o ortopedista.
*Com informação da Agência Brasil. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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