O inverno começou oficialmente neste sabádo (21) com um dado preocupante: os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) registrados nas primeiras 24 semanas de 2025 aumentaram 30% em comparação ao mesmo período do ano passado. A elevação acende um alerta sobre o aumento de infecções respiratórias e complicações graves durante a estação mais fria do ano.
Segundo a infectologista Silvia Fonseca, do Instituto de Educação Médica, o maior tempo em ambientes fechados favorece a propagação dos vírus. “No inverno as pessoas ficam mais próximas, em espaços com pouca ventilação. A maioria das infecções respiratórias se transmite por gotículas, que se espalham facilmente ao tossir, espirrar ou falar”, explicou.
Além disso, o ar frio e seco irrita as vias respiratórias, deixando-as mais suscetíveis a infecções. O vírus influenza, causador da gripe, é um dos que se beneficia dessas condições: segundo o Boletim Infogripe da Fiocruz, nas últimas semanas ele esteve presente em mais de 40% dos casos graves com diagnóstico viral, sendo responsável por metade das mortes entre os infectados.
Vacinação abaixo do ideal
Apesar da alta circulação do vírus, menos de 40% do público-alvo se vacinou contra a gripe em 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. A campanha, iniciada em abril, visa justamente proteger os mais vulneráveis antes do pico da doença.
“O vírus influenza pode evoluir rapidamente para quadros graves. A vacinação anual é a forma mais eficaz de reduzir internações e óbitos, especialmente em idosos e pessoas com doenças crônicas”, reforça Silvia Fonseca.
A covid-19 também segue preocupando. Apesar de representar apenas 1,6% dos casos graves recentemente, responde por 4,2% das mortes entre infecções virais, mostrando que o coronavírus ainda é altamente letal em determinados grupos.
VSR ainda é ameaça entre crianças
Nas crianças, o maior risco segue sendo o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite. O vírus foi responsável por 45,3% dos casos graves virais em 2025 e 13% das mortes nas últimas quatro semanas. Atualmente, a vacina contra VSR está disponível apenas em clínicas particulares, mas o Ministério da Saúde anunciou que a incluirá no SUS para gestantes a partir do segundo semestre.
Prevenção é fundamental
A professora de enfermagem Andréia Neves de Sant’Anna lembra que as medidas de etiqueta respiratória continuam sendo fundamentais:
- Lavar as mãos com frequência
- Usar álcool em gel
- Evitar aglomerações e ambientes fechados
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
- Manter ambientes ventilados
- Não compartilhar objetos pessoais
Ela também destaca que repouso, hidratação e alimentação equilibrada são aliados importantes na recuperação.
Com a chegada do inverno, especialistas reforçam que a combinação de prevenção, cuidados básicos e vacinação pode evitar milhares de internações e mortes por doenças respiratórias.
*Com informação da Agência Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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