O documentário Brasiliana – O Musical Negro Que Apresentou O Brasil Ao Mundo, dirigido por Joel Zito Araújo, foi o grande vencedor da competição nacional do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical. O anúncio foi feito na sexta-feira (20), durante a 17ª edição do evento, que teve número recorde de participantes.
A produção investiga os bastidores do grupo Brasiliana, um espetáculo de teatro de revista formado por artistas negros da periferia que percorreu mais de 90 países entre as décadas de 1950 e 1970. Apesar do reconhecimento internacional, o grupo sofreu apagamento histórico no Brasil. O filme recupera essa memória por meio de vasta pesquisa de arquivos e entrevistas com ex-integrantes, além de revelar episódios marcantes, como a relação com estrelas como Marlon Brando e Elizabeth Taylor.
“Este ano o festival premia um filme que tanto diz sobre um Brasil que samba e sangra, mas que é absurdamente desconhecido, ainda que profundamente familiar”, declarou o júri, formado pela pesquisadora Viviane Pistache, o cineasta Dácio Pinheiro e o roteirista Gilberto Porcidonio.
Joel Zito Araújo é conhecido por sua trajetória voltada à representação negra no cinema e televisão. Autor de A Negação do Brasil e As Filhas do Vento, ele também é doutor pela ECA/USP e pós-doutor pela Universidade do Texas. Ao receber o prêmio, destacou a importância de tornar visível a história apagada do grupo Brasiliana.
“Apesar do enorme sucesso do grupo, seus protagonistas eram pessoas negras periféricas, o que não despertava o interesse da elite. Representar o Brasil como um país negro sempre esteve distante da política de branqueamento promovida pelas elites”, afirmou Araújo à Agência Brasil.
O diretor dedicou o prêmio aos ex-integrantes do grupo: “Fico feliz com o prêmio porque ele é mais para os integrantes do Brasiliana do que para mim. É uma forma de dar visibilidade ao que precisava estar visível há muito tempo. Viva Brasiliana!”, celebrou.
Exibição especial
O filme terá uma sessão gratuita neste domingo (22), às 19h30, na área externa da Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
O júri do festival também concedeu menção honrosa ao documentário Amor e Morte em Júlio Reny, de Fabrício Cantanhede, disponível na plataforma Sesc Digital até 26 de junho.
*Com informação da Agência Brasil.Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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