A Espanha confrontou diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao recusar uma proposta apresentada durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), realizada nesta semana em Haia. A iniciativa norte-americana propunha que os países membros elevassem seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, se posicionou contra a imposição da meta, defendendo que qualquer aumento nos investimentos em defesa deve ser feito de forma voluntária. Segundo ele, a soberania orçamentária dos Estados-membros precisa ser respeitada.
Diante da recusa, Trump reagiu ameaçando dobrar as tarifas comerciais contra a Espanha. A resposta do governo espanhol veio por meio do ministro da Economia, Carlos Cuerpo, que afirmou com firmeza: “As negociações comerciais são feitas via União Europeia, não bilateralmente com os Estados Unidos.”
A declaração ressalta a posição da Espanha em manter alinhamento com os mecanismos coletivos da União Europeia, especialmente em questões comerciais e diplomáticas. Segundo Cuerpo, Madri não aceitará imposições unilaterais e continuará a defender sua autonomia nas decisões sobre defesa e economia.
A proposta de Trump gerou tensão entre os aliados da OTAN, muitos dos quais já enfrentam desafios internos para cumprir a meta atual de 2% do PIB em gastos militares. A tentativa de elevar esse percentual para 5% foi vista por diversas delegações como excessiva e desproporcional.
O embate marca mais um episódio de atrito entre Washington e aliados europeus no contexto de redefinição das políticas de segurança internacional e reforça o debate sobre o papel da Europa na estrutura de defesa coletiva ocidental.
*Com informações da Agência RT. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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