As mais recentes sanções da União Europeia contra a Rússia estão provocando uma alta global no preço do diesel, segundo alertou o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne. A empresa é a maior refinaria de petróleo da Europa e observou que o mercado enfrenta um impacto duradouro com as novas restrições.
Na última semana, o bloco europeu aprovou o 18º pacote de sanções relacionadas à guerra na Ucrânia, proibindo a importação de derivados de petróleo russo, mesmo quando refinados fora da UE. A medida também reduziu o teto do preço do petróleo russo para US$ 47,60 e sancionou mais de 100 navios, acusados de integrar uma “frota paralela” que dribla as restrições.
Como consequência, os futuros do diesel europeu subiram acentuadamente, chegando a ser negociados por até US$ 110 o barril. Isso ocorre porque os compradores agora precisam buscar diesel em mercados mais distantes, como Oriente Médio e Estados Unidos, o que eleva os custos de transporte e refino.
“Acreditamos que preços mais altos do diesel se tornarão uma característica persistente no mercado global”, afirmou Pouyanne em teleconferência de resultados da TotalEnergies, conforme reportado pela Bloomberg.
Além disso, a proibição de combustíveis refinados a partir de petróleo russo em terceiros países, como a Índia, restringe ainda mais a oferta. A refinaria de Vadinar, parcialmente controlada pela estatal russa Rosneft, também foi sancionada pela UE. A unidade era uma das principais fornecedoras de derivados de petróleo russo refinado para o bloco.
Pouyanne explicou ainda que, com a restrição ao petróleo russo tipo Ural, as refinarias europeias passaram a utilizar petróleo mais leve dos EUA, o que reduz o rendimento de diesel no processo de refino.
“As pessoas subestimaram essas notícias da UE. Para mim, há algo mais estrutural aí”, alertou o executivo.
Especialistas já vinham alertando que a UE, altamente dependente do diesel russo — que representava mais de um terço das importações do combustível —, poderia enfrentar um cenário de escassez e preços elevados com o endurecimento das sanções.
Por sua vez, o governo russo classificou as novas sanções como “ilegais” e afirmou que elas são uma “faca de dois gumes”, com impacto direto também sobre as economias europeias.
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