A Gerdau, uma das maiores siderúrgicas da América Latina, anunciou que vai reduzir seus investimentos no Brasil a partir de 2026, caso o governo federal não adote medidas mais firmes de proteção à indústria nacional. A decisão foi comunicada nesta terça-feira (6) durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre da empresa.
Segundo o CEO Gustavo Werneck, a entrada massiva de aço importado da China a preços considerados desleais tem gerado forte impacto no setor, forçando cortes de produção, demissões e até a paralisação de unidades no país. “É frustrante. A concorrência desleal, principalmente da China, ameaça a sobrevivência da indústria siderúrgica brasileira”, afirmou.
A empresa manteve a previsão de investir R$ 6 bilhões em 2025, dos quais R$ 4 bilhões estão destinados ao Brasil, mas os aportes dos anos seguintes estão sob revisão. Werneck afirmou que, caso não haja avanço em medidas antidumping ou tarifas de defesa comercial, a companhia priorizará investimentos em países com maior previsibilidade regulatória — como os Estados Unidos, onde a Gerdau também atua.
A siderúrgica já demitiu cerca de 1.500 trabalhadores no Brasil em 2025, reflexo direto da pressão exercida pelas importações, que hoje ocupam cerca de 25% do mercado nacional, segundo dados da própria empresa.
Além da redução nos aportes futuros, a Gerdau cobra do governo brasileiro a imposição de tarifas entre 25% e 30% sobre o aço importado, além da revisão das cotas que permitem entrada do produto com impostos baixos. A empresa também avalia que a atuação do governo tem sido lenta diante de uma crise crescente.
“Estamos comprometidos com o Brasil, mas precisamos de condições mínimas para competir de forma justa. Não se trata de protecionismo, e sim de sobrevivência da indústria”, concluiu Werneck.
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