O preço da carne bovina nos Estados Unidos atingiu patamares históricos em julho de 2025, refletindo uma combinação de fatores climáticos, econômicos e comerciais. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a libra de carne moída já custa US$ 6,12, enquanto cortes como bife chegam a US$ 11,49/lb — os maiores valores já registrados no país.
Segundo analistas, o principal motivo é a redução drástica do rebanho bovino americano, que atualmente é o menor desde 1951. A escassez foi causada por secas prolongadas nas principais regiões produtoras, obrigando criadores a antecipar abates de matrizes e reduzindo a capacidade de reposição do gado.
A crise se agrava com restrições à importação, como a suspensão da entrada de gado do México devido a surtos de mosca-da-bicheira, e tarifas de até 50% sobre a carne brasileira — impostas pelo governo dos EUA nos últimos meses. Esses fatores restringiram a oferta externa e aumentaram os custos no mercado interno.
Mesmo diante da alta nos preços, a demanda por carne bovina permanece elevada, especialmente durante o verão americano, período de forte consumo por conta das festas e churrascos ao ar livre.
O USDA projeta que os preços da carne bovina, além de ovos e laticínios, continuarão subindo ao longo de 2025. A tendência, segundo o órgão, só poderá ser revertida com a recomposição do rebanho, o que pode levar mais de dois anos.
Impactos globais
O aumento nos preços nos EUA tende a provocar efeitos em cascata no comércio internacional. Países exportadores veem oportunidades, mas também enfrentam obstáculos comerciais, como barreiras sanitárias e políticas protecionistas. Já o consumidor americano, pressionado por uma inflação persistente nos alimentos, começa a buscar alternativas como frango, porco e proteínas vegetais.
A elevação do preço da carne bovina nos EUA reflete um cenário mais amplo de desequilíbrio nas cadeias globais de alimentos, exigindo medidas estruturais e diplomáticas para estabilizar o abastecimento e os preços no médio e longo prazo.
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