A morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, encontrado em um buraco de obra no Autódromo de Interlagos, ainda é considerada um mistério e as investigações seguem em andamento.
Conforme a polícia, nada foi apurado durante o evento que justificasse uma perseguição a ele, o que reforça a hipótese de uma abordagem ocasional, no percurso até o carro, seguida da briga. Segundo os familiares, o empresário não tinha inimigos.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, as investigações seguem sob segredo de Justiça.
Como estão as investigações?
O laudo que apontou asfixia como a causa da morte reforça a hipótese de briga, segundo a polícia. A investigação retomou a oitiva de seguranças que trabalharam no evento e faz um pente fino nas imagens de câmeras instaladas no autódromo. Diante do laudo, a linha de investigação do inquérito foi alterada para homicídio.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue com as investigações para esclarecer todas as circunstâncias da morte. A polícia obteve a lista das pessoas que trabalharam no evento e avança nas oitivas – são mais de 180 pessoas, entre homens e mulheres.
É provável que Adalberto tenha sido imobilizado por mais de uma pessoa, o que explicaria também o fato de ter sido encontrado sem as calças e o par de tênis que usava. Enquanto uma pessoa o continha com um golpe de mata-leão – o braço em torno do pescoço, exercendo pressão -, a outra o segurava pelas pernas. Um dos laudos apontou uma lesão no joelho, uma escoriação que teria ocorrido com ele ainda vivo.
A polícia acredita que Adalberto foi abordado no trajeto entre o local do evento e o ponto em que seu carro estava estacionado.
O que falta esclarecer?
A análise do material colhido sob as unhas da vítima pode confirmar se houve a briga, já que normalmente a reação da vítima causa arranhões no agressor. Também foi recolhido material genético – pelos e vestígios de pele – nas roupas e no corpo do empresário e os laudos estão em elaboração.
Outra questão que ainda precisa ser respondida é o paradeiro da calça jeans e dos tênis do empresário. Uma calça encontrada próxima ao local não foi reconhecida como sendo dele. É possível que as peças tenha sido levadas pelos agressores e, provavelmente, destruídas.
A polícia acredita que Adalberto foi morto antes de chegar ao veículo naquela noite. A hipótese de que as marcas de sangue detectadas no carro são, na verdade, resíduos antigos pode ser confirmada pelo laudo do exame de DNA, que ainda não foi juntado
O depoimento do amigo de Adalberto, Rafael, de que ele havia ingerido bebidas e usado maconha durante o evento foi contrariado pelo resultado do exame toxicológico, que deu negativo.
No entanto, o tempo decorrido entre a morte e a coleta do material, de cerca de três dias, pode ter eliminado os vestígios de álcool no sangue.
Relembre o caso
O empresário foi ao Autódromo de Interlagos, no dia 30 de maio, para participar de um evento com motos. Ele chegou por volta das 14h30, deixou o carro no estacionamento e acompanhou as corridas até às 17 horas. Em torno das 21h15, se despediu dizendo que iria para casa, pois jantaria com a esposa.
Segundo a investigação, ao se dirigir até o local onde estava seu carro – um bolsão ao lado do estacionamento -, ele teria cortado caminho por uma área restrita. Ele não chegou até o carro. Sua esposa denunciou o desaparecimento à polícia.
O corpo dele foi encontrado na manhã do dia 3 de junho por um trabalhador do autódromo dentro de um buraco.
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