Em comemoração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (9), o Museu do Futebol, em São Paulo, promove até 31 de agosto uma programação gratuita que valoriza a presença e a cultura de mulheres indígenas jogadoras de futebol. A agenda inclui rituais, apresentações artísticas, exibição de filmes e rodas de conversa abertas ao público.
Ritual de autodefesa e afirmação cultural
Entre as atrações, destaca-se o Ritual Kuery Kaguy Ijá – Guerreiros Guardiões e Guardiãs das Florestas & Coral M’barete, do povo Guarani Mbyá. Essa dança tradicional ensina técnicas de autodefesa, estimulando reflexos, resistência física e conexão espiritual.
A atleta e ativista Susana Pakua enfatiza o significado sagrado da prática:
“Nossos rituais são para falar de Nhanderú, nosso deus, nosso pai verdadeiro, que nos dá força para enfrentar as dificuldades. Esse ritual reafirma nossa identidade como Guarani Mbyá.”
Futebol feminino indígena em foco
A mostra Jaraguá Kunhangue Ouga’s – O jogo das mulheres apresenta fotografias, vídeos e objetos produzidos pelas próprias atletas, registrando tanto o futebol quanto o cotidiano da comunidade Guarani Mbyá.
Para Susana, esse registro é uma forma de resistência e preservação cultural:
“As lentes documentam nossa existência, não só a luta, mas também o lazer e o momento em que estamos sendo nós mesmas.”
Serviço
Local: Museu do Futebol – Praça Charles Miller, Pacaembu, São Paulo
Período: até 31 de agosto
Horário: terça a domingo, das 9h às 18h
Entrada: gratuita para a programação especial
Um dia de memória e resistência
Para a jovem liderança do território Jaraguá, o Dia Internacional dos Povos Indígenas carrega um significado profundo:
“É um dia de luto pelos povos brutalmente assassinados ou violentados, mas também uma homenagem aos nossos ancestrais que lutaram para que pudéssemos viver à nossa maneira.”
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram