O Ministério das Relações Exteriores do Brasil acompanha com atenção e cautela as informações sobre uma possível proposta dos Estados Unidos para suspender as tarifas comerciais impostas ao país em troca de acesso a minerais estratégicos.
Até o momento, não há confirmação oficial por parte do governo norte-americano. De acordo com diplomatas ouvidos pelo portal G1 neste sábado (26), a ideia é tratada como um “balão de ensaio” da gestão de Donald Trump, usado para testar a receptividade do governo brasileiro antes de qualquer movimento concreto.
Durante discurso realizado na última quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração direta sobre o tema: “Ninguém põe as mãos nos minerais do Brasil”, disse, reforçando a posição de soberania sobre os recursos naturais do país.
O Brasil possui algumas das maiores reservas do mundo de minerais considerados críticos para as cadeias globais de tecnologia, energia e defesa. Entre eles estão o nióbio, usado em ligas metálicas de alta resistência; o grafite; as terras raras, essenciais para eletrônicos e baterias; além de níquel e lítio, fundamentais para a indústria de veículos elétricos.
Nos últimos meses, o governo federal lançou um fundo de R$ 5 bilhões para fomentar projetos voltados à exploração e ao processamento de minerais estratégicos. Além disso, prepara para 2025 o lançamento da Política Nacional de Minerais Críticos, que incluirá ações para ampliar o mapeamento geológico, incentivar pesquisa e inovação, estimular o beneficiamento interno e atrair investimentos privados com foco no desenvolvimento sustentável e na soberania nacional.
A possível tentativa dos Estados Unidos de vincular tarifas comerciais ao acesso a recursos naturais brasileiros reacende debates sobre geopolítica mineral, soberania e a necessidade de o Brasil avançar como potência autônoma nesse setor estratégico.
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